sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Camerata Les Ensembles


Imagine assistir, ao vivo um coral formado por várias Montserrats Caballés e Marias Callas, Joses Carreras e Placidos Domingos que se alternam  nos solos, acompanhados de uma orquestra à altura de todos esses nomes. Tudo isso regido pelo maestro que se mostra como o mais feliz do mundo, por reger uma orquestra  formada por virtuoses.

Isso aconteceu em Boituva, São Paulo, na linda Matriz de São Roque, adornada com os belos afrescos de Bruno de Giusti, no último dia sete.

A Igreja estava lotada de adultos, idosos e crianças, que durante mais duas horas assistiam extasiados a um espetáculo que a maioria de nós, brasileiros, nem sequer poderia supor que acontecesse numa cidade do interior e, mais importante ainda, estrelado por artistas brasileiros cujo desempenho só é visto nas grandes produções dos filmes  americanos.

Semelhante à empresa do violonista holandês Andre Rieu, a Orquestra Camerata Les Ensembles tem repertório eclético que consegue conduzir um público como o nosso à música clássica  do mais alto nível a partir da boa música a que está acostumado a ouvir.  Não poderia ser diferente, porque é formada por professores do maior conservatório musical da América Latina, o de Tatuí, SP.

Palavras são insuficientes para descrever a verdadeira festa dos sentidos que constituiu as mais de duas horas de completo deleite dos integrantes da platéia; em cada um, a alma dançava no corpo feliz. Os acordes harmoniosos que chegavam aos ouvidos traziam a esperança anunciada no Natal, pelos anjos, aos humildes pastores. As músicas sobre o tema do Natal  magistralmente tocadas  ou  cantadas  em português, latim ou inglês, traziam uma sensação de harmonia e bem estar que raramente temos podido sentir. Era esse, o sopro da esperança que pairava no ambiente: algo muito bom, como esse concerto,  pode acontecer por aqui.

Lembrei-me do que li recentemente* sobre uma antiga lenda  a respeito das origens da fé cristã na Rússia. De acordo com esta lenda, o Príncipe Vladimir de Kiev decidiu aderir à Igreja Ortodoxa de Constantinopla depois de ter ouvido o relato de seus embaixadores que haviam sido enviados para aquela cidade, e que estiveram presentes em uma solene liturgia na basílica de Santa Sofia. Eles disseram ao príncipe: "Não sabíamos se estávamos no céu ou na terra …" Era mais ou menos assim o sentimento suscitado durante o concerto.

Então, a gente fica pensando: isso existe? no Brasil? temos artistas desse nível? por que não temos espetáculos assim na televisão ou nos grandes eventos patrocinados pela Lei Rouanet? 

Importa que o concerto na Matriz de São Roque, em Boituva, fez o público se sentir altamente valorizado por ser presenteado com arte de alto nível, na qual, além do talento recebido gratuitamente de Deus,  cada  artista coloca muitas horas de estudo, de rigorosa disciplina, para que possa ser ele mesmo agraciado com o prazer  da sua arte. Tal prazer em produzir arte tão linda  transbordava dos artistas e inundava a plateia. O que se viveu ali poderia ser descrito como momentos de puro prazer vividos dentro de uma igreja. O prazer do ser humano atingir a forma mais evoluída de vida. Aliás, esse é o objetivo da religião cristã, na qual Deus se fez homem para  que os humanos  pudessem  ascender  à quase  divindade.

O advento, tempo que precede o Natal de Jesus Cristo, é o de renovar a esperança de que a vinda do Menino-Deus traga  dias melhores, nos quais serão  valorizados os seres humanos capazes de se sacrificar para oferecer o melhor que possa fazer para melhorar a vida dos seus semelhantes. Num mundo povoado de gente assim, cada um poder gozar o prazer de viver em tal ambiente. 

Quando todos puderem chegar a esse nível de civilização seguindo o exemplo de Jesus Cristo, o Deus Trino se sentirá como o maestro, regendo uma orquestra de incontáveis virtuoses. Com toda certeza, esse será um indizível prazer divino que reverberará em cada cantinho do planeta.

Ah! Quantos bons sonhos pode despertar um verdadeiro presente de Natal! Um assim que a gente só pode guardar, na memória, o bom efeito que produziu em nós.
Obrigada Camerata Les Ensembles!
Obrigada Padre Edson Daros! 


sábado, 18 de novembro de 2017

Ela desatinou…





Carnaval de rua do Rio nos anos 60 (Foto: Evandro Teixeira) 
Foto publicada no site da revista Veja: http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/uma-viagem-por-antigos-carnavais/


Taís Araujo: ”No Brasil cor do meu filho faz com que as pessoas mudem de calçada.”

Muitos têm perguntado em que país vive a moça. 
Lembrei-me de duas músicas de Chico Buarque, que fizeram sucesso num tempo em que moças  pobres viviam dias de fantasia nos enredos das Escolas de Samba, na época do Carnaval. 

 Em “Quem te viu, quem te vê”, ele conta, na letra:

 “Você era a mais bonita das cabrochas dessa ala
Você era a favorita  onde eu era mestre-sala”
(…)
"Todo ano eu lhe fazia uma cabrocha de alta classe
De dourado eu lhe vestia pra que o povo admirasse
Eu não sei bem com certeza porque foi que um belo dia
Quem brincava de princesa acostumou na fantasia”

Em "Ela desatinou”, observa:

"Ela desatinou, viu chegar quarta-feira
Acabar brincadeira, bandeiras se desmanchando
E ela inda está sambando…”

e confabula:

"Eu não invejo a infeliz ,feliz, 
No seu mundo de cetim, assim
Debochando da dor, do pecado
Do tempo perdido, do jogo acabado"


Nas duas letras, ele chama a atenção para a situação em que a moça se envolve tanto na fantasia que não consegue sair dela para entrar na realidade. Mas, naquele tempo, a fantasia tinha beleza, as Escolas de Samba eram verdadeiras óperas populares, carregadas de conteúdo cultural do que havia de melhor no nosso povo. O contexto da festa despertava mesmo a vontade de permanecer naquela fantasia, especialmente nas jovens que podiam ser sonhadoras, porque conheciam, por experiência própria, o que era um sonho, uma quimera, um desejo distante, uma fantasia...

Daquela época para cá muita coisa mudou. 
A observação de Chico Buarque do mal por detrás de tudo que considerávamos bom, tem feito muitos adeptos, e passou a ser uma visão cult, chique, que a maioria dos influenciadores da cultura passaram a adotar.

E assim, de produção em produção, a empregadora da atriz passou a produzir novelas cada vez mais questionadoras do modus vivendi, nos quais as personagens são, na imensa maioria,  pessoas perigosas, cheias de maldades de todas as espécies. As heroínas têm que ser espertas, capazes de digerir todo o mal acontecido durante toda a trama e no final passar uma mensagem tipo: a vida é assim mesmo…

Até que chegou a um ponto em que tudo  acontece às avessas. A excelente atriz, a moça linda,  que possui um padrão de vida de alto nível, frequentadora das mais altas esferas da escala social, vive, nos cenários das fantasias produzidas pela empresa em que trabalha, os mais sórdidos ambientes em todas as esferas dos relacionamentos humanos, onde todos são vilões considerados mocinhos ou vice-versa, apesar da maioria exibir as melhores aparências e se mostrarem em cenários cinematográficos.

Vivendo a maior parte do tempo assim, e passando sempre essa mensagem,  a pobre  moça linda e rica desatinou, se acostumou na fantasia negativa, e não consegue sair da realidade tenebrosa produzida no “Projaquistão”. Segue se obrigando a considerar tudo como dor, pecado (somente social) num tempo perdido de jogo acabado. Ela destinou…


Quem te viu, quem te vê


Ela destinou..





segunda-feira, 9 de outubro de 2017

A mídia é a alma da política

A mídia é a alma da política.

Aprendemos a xingar os políticos e a atribuir a eles a culpa por todas as nossas mazelas e a responsabilidade por toda a corrupção.

Mas esquecemos de que eles jamais poderiam fazer o que fizeram, e fazem, sem o devido apoio da mídia.

Por quanto tempo aconteceram os fatos que nos conduziram a este estado de desordem, desmandos e inversão de valores sem que a "mídia" nos alertasse a que destino estávamos sendo conduzidos, como povo e como Nação?

Durante quantos anos as figuras que circulam hoje no noticiário policial frequentaram as colunas sociais e as editorias de política e economia em matérias recheadas de glamour?

Esse mesmo glamour, que há tanto tempo tem sido conferido a delinquentes, traficantes e bandidos de todos os naipes nas novelas e programas de entretenimento?
O mundo da arte e da cultura gravita em torno do mundo político e tem vivido da corrupção dele.

Enquanto os políticos enchem os bolsos, os próprios e os do partido, com o erário público, grandes veículos de comunicação se esmeram noutra forma de corrupção: a desconstrução dos valores da sociedade para substituí-los por um sem-valor generalizado. Os principais jornais e TVs do mundo, assim como as rádios de maior relevância, são fortes defensores do "politicamente correto", termo criado para inibir manifestações em defesa das ideias que desejam banir da sociedade. Essa é a mesma bandeira dos principais "líderes mundiais", interessados e responsáveis pelo politicamente correto.

Enquanto as novelas e programas de entretenimento, derramam tsunamis de mensagens subliminares  e agressões diretas, cada vez mais violentas, contra o conceito de família natural que vigora desde que a humanidade tomou conhecimento da própria existência, o Estado, chefiado pelos políticos, impõe, através do Ministério da Educação, a deformação das mentes das crianças, tirando dos pais um dos direitos humanos universais, que é o determinar a educação dos filhos.

Uma lavagem cerebral coletiva tem sido implantada em todo o planeta, de maneira que cada geração se torne mais frágil e submissa às ordens do politicamente correto, enquanto o Estado, conectado à nova ordem mundial, determina cada vez mais o que deve ser exibido, veiculado e ensinado às crianças. 

Os artistas, que vivem nababescamente dos recursos dos veículos de comunicação que, por sua vez têm como os maiores clientes os órgãos estatais, autarquias e as grandes organizações internacionais e que vivem de concessões governamentais, são os maiores interessados no sucesso da desconstrução do conceito de arte. Querem fazer da arte o que os políticos já fizeram com a administração pública.

Nesse ambiente sem Deus e sem paradigmas, tudo é arte. Não é mais necessário ter talento, suar a camisa, ter disciplina para conseguir sucesso. Basta estar bem com os chefões da mídia, que sempre estão bem com o governo, que, por sua vez, está cada vez mais com o monopólio do dinheiro.

 Uma máfia perversa, que usa recursos intangíveis para manipular o povo é formada por figurões da política e da comunicação. A ação da parte limpa da Justiça tem colocado na cadeia os empresários que se aliaram a ela, mas nenhum de nós viu ainda algum defensor do "politicamente correto" na cadeia.

Os que roubam só bens materiais sofrem sanções.
Os que roubam a dignidade, a liberdade, a identidade das pessoas, sua história, seus valores familiares e sagrados, esses continuam soltos, livres e operantes com violência cada vez maior.






segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Polícia Federal - a lei é para todos - resenha



É dublado ou legendado? Perguntei, brincando com meu marido, ao entrar na sala de exibição do filme “Polícia Federal, a lei é para todos”. É que faz muito tempo que não conseguimos assistir a um filme nacional. Quanto mais vivemos, mais exigentes nos tornamos e não conseguimos mais nos entreter com a superficialidade cheia de apelos eróticos e psicológicos que povoa a maioria os filmes nacionais.

Fomos assistir ao "Polícia Federal” mais porque acompanhamos com atenção tudo o que se refere à chamada Operação Lava Jato e queríamos ver como  estaria sendo mostrada através do olhar dos  nossos artistas.

Confesso que me surpreendi grandemente. Não esperava que o filme fosse mais fiel aos fatos do que as reportagens que temos visto, eivadas de tendência e de opiniões, veiculadas na considerada grande mídia.

Pelas célebres coletivas de imprensa dadas pela equipe da Força tarefa da Operação Lava Jato, o povo ficou sabendo, sem nenhum filtro, do que realmente acontecia no nosso país devido a fatos gravíssimos, protagonizados por pessoas que figuravam na mídia como sendo apenas importantes e boas (Viva o politicamente correto!). 

A postura dos delegados e procuradores chamava a atenção pela seriedade e simplicidade com que expunham os motivos pelos quais tais pessoas eram alvo daquela fase da operação, a dignidade e respeito dirigidas aos acusados eram lidos pelos soberbos poderosos como ingenuidade e pretensão dos "meninos de Curitiba”, enquanto suscitava profunda admiração no povo, já desacostumado de atitudes assim. O filme retrata  tais fatos com a fidelidade que falta aos nossos noticiários.

Depois de tanto tempo sendo massacrado por mensagens ideológicas servidas como notícias,  dentro do ultimo grito da moda ‘trans”, o público pode ver um filme brasileiro sério. Tão sério como  o lado paranaense da Operação Lava Jato. 

Parabéns ao nosso cinema, ao diretor Marcelo Antunes e ao grande elenco, feito de atores que estamos acostumados a ver "na telinha” e a classificá-los apenas como pessoas fúteis, superficiais e vaidosas, seguindo o preconceito que adquirimos de tanto os ver atuando sob roteiros de publicidade ideológica em forma de novelas. Eles deram um verdadeiro show de direção e interpretação, o que  os coloca no mesmo nível de grandes produções estrangeiras.

Saí mais rica do cinema ontem. Hoje tenho mais a quem admirar no meu país.

 Giselle Neves Moreira de Aguiar

Ficha técnica:

Direção : Marcelo Antunez

Elenco:
Antônio Calloni, Flávia Alessandra, Bruce Gomlevsky, Marcelo Serrado, Rainer Cadete, Roberto Birindelli, entre outros, destacando o grande Ary Fontoura.


 Assista ao Trailer

terça-feira, 1 de agosto de 2017

O USO DAS AGAVES.


Por Gilson Moreira Neves, texto e fotos





O USO DAS AGAVES.
Paisagismo.
Nome popular: AGAVE 
Nome científico: ( Agave angustifolia Haw.).
Família : Amarillidáceas
Origem: México e Caribe.

Sempre quando resolvemos dar uma olhada, com mais afinco a paisagem urbana, iremos encontrar facilmente, em vários locais, a presença dessa escultórica, interessante e resistente planta. São as AGAVES.

Se plantadas isoladamente em vasos, também chegam a valorizar o ambiente, desde que estejam distantes dos caminhos, pelo fato de possuírem no terminal das folhas um proeminente espinho. É, portanto, uma roseta que deve ficar longe das crianças e dos desavisados.

Por serem escultóricas, as agaves, se dão bem com infinita variedade de composição com outras plantas, desde que as podas sejam feitas com critérios.

Já o azul” deslocado” da parede que limita o canteiro, na foto, não se coaduna com a palidez natural, meio apagada dessas agaves. Aliás, o azul é uma cor perigosa no paisagismo. Quando se propõe elaborar uma composição e, se no espaço tiver algum elemento chamativo em azul escuro, a atenção deve ser dobrada, porque o azul rouba a cena, não pela sua cor em si, mas pelo seu caráter escuro dominante e absorvente visual a realçar e figurar na paisagem. No caso, para alcançar melhor harmonia é, de bom alvitre, usar plantas que predominem pelos maiores contrastes, ou seja, o uso das flores ou folhas brancas ou claras, como por exemplo, a flor de neve ou eufórbia nuvem ( Euphorbia leucocephala), com cinerárias ( Senecio cineraria ) complementares na base destas..

A título de observação e curiosidade, mude mentalmente a cor desse muro, por exemplo e imagine pintado na cor castor, branco ou verde clara. Nesse caso, as AGAVES, ficarão bem integradas no ambiente pela soma e não por alto contraste. O resultado dá idéia de maior amplidão visual.

Se o foco visar a manter o azul como o da foto, as plantas mais indicadas para o local seriam, por exemplo, as belas-emilia-( Plumbago capensis, com suas flores azuis, jasmim-do-cabo ( Gardênia jasminoides), gardênia ou crinum,
( crinum asiaticum) com flores brancas.

O meio-fio em azul tornou-se chamativo e faz ressaltar um desnecessário corredor. O azul nem sempre combina com o verde folha, salvo se usado com perspicácia.

Toda composição paisagística consiste que se use as plantas através das somas das cores e texturas em determinado espaço e em outros ângulos, por altos contrastes. Sabemos que isso é idiossincrático, mas de qualquer forma permite que se abra a imaginação quando se propõe, profissionalmente, a assinar um trabalho onde a estética, o meio e a técnica são a tônica que "trabalham" entre si, resultando num empreendimento personalizado.

quarta-feira, 12 de julho de 2017

UM DIA, UMA PRAÇA. A INTERVENÇÃO

UM DIA, UMA PRAÇA
A INTERVENÇÃO
Por Gilson Neves.







Com muito orgulho e satisfação, recebemos, na segunda metade do século passado, um honroso convite feito pelo então prefeito municipal Sr. Paulo de Tarso Furtado, por intermédio de seu filho Marcos Cosentino Furtado, também de saudosa memória, para reordenar e melhorar o verde cênico-paisagístico da principal praça da cidade de Rio Pomba, MG, conhecida como Praça Dr. Último de Carvalho.

Esse fato ocorreu logo após a impactante derrubada de todas as árvores conhecidas como Fícus benjamina, então dominante por toda área da praça, apresentadas em forma de arte topiaria e muito bem cuidadas por anos a fio, como exige o seu rigor na manutenção.

Arte essa oriunda dos famosos jardins de Versalhes, criada pelo famoso arquiteto paisagista André Le Nôtre, no tempo de Luis XIV.

Essa referida derrubada acredita-se que fora fruto daquele mau exemplo impiedoso e alardeado pelo massacre dos saudosos maciços de fícus benjamina da Avenida Afonso Pena, em Belo Horizonte, numa fatídica manhã de vinte de novembro de 1963.

Após o morticínio dos fícus da praça, ficava decretada a extinção por completo de um modelo típico de paisagem - arte topiaria - expressa pelos grandes e belos pórticos destacados em cada uma de suas entradas, retratando figuras geométricas, distribuídas ordenadamente por toda a área.

Um irreversível tipo de trato paisagístico que perdurara por anos a fio, com endosso de plena aceitação da população daquela época.

Após a mutilação, o que se podia conferir era a presença de poucas árvores e arbustos que milagrosamente escaparam da degola. Foram elas, os felícios, as rosas-da-venezuela, as palmeiras imperiais e as bananeiras-de-leque, que até hoje figuram no elenco vergel, como reminiscências de um episódio marcante.

Assim que a consultoria técnica foi contratada para revitalizar a praça, no intuito de adequar as melhores técnicas paisagísticas de recomposição cênica, transeuntes curiosos e com seus olhares intrigantes questionavam com certa margem de pouca compreensão às intervenções que estavam acontecendo ali, imaginando que a destruição da vegetação fora feita por nós. 

Com a nossa lida e acompanhamento habitual, as devidas instruções técnicas de remodelação da praça, muitas pessoas julgaram, erroneamente, sermos então os idealizadores da extinção daquela saudosa “arte topiaria” do lugar. Ledo engano! A praça sempre foi para nós uma referência muito especial e de amplo cunho afetivo. Tanto antes como agora.

Somos vanguardistas, sim! Devemos acompanhar o progresso com altivez. No caso dessa praça, não se argumentou decepar uma obra de arte para atender uma suposta mera vaidade, atitude característica de ego inflado. Sempre pautamos pelo bom senso e lógica em nossos trabalhos.

Então, fica a dupla vantagem dos usuários veteranos que ainda usufruem desse novo espaço de lazer e que, ao mesmo tempo, são capazes de descrever com maestria todo aquele visual nostálgico vivenciado no passado. Difícil aos neófitos entenderem realmente o que de fato aconteceu, ou seja, as metamorfoses ocorridas no espaço e no tempo.

Essa nova repaginada na praça permite, de forma positiva, contar com uma considerável melhoria na iluminação geral e inclusão de oito bancos contínuos, bem distribuídos para suprirem a demanda dos escassos bancos pequenos e desconfortáveis do passado. A supressão de dois canteiros centralizados possibilitou a criação de uma grande área livre, propícia para receber um maior número de usuários em ocasiões de eventos; os bloqueios visuais dos fícus deram lugar uma nova visão multidirecional de visadas, possibilitando melhor apreciação do coreto, da lateral da Igreja da Matriz e dos poucos remanescentes sobrados de entorno da praça.

OS PREPARATIVOS:
Para o novo visual da praça, os preparativos foram executados sem problemas, mesmo diante da negatividade, em termos de recursos financeiros, para tocar toda a obra; todos os quatro canteiros agigantados do lugar receberam a devida adubação orgânica e corrigida a alta acidez do solo; o papel preponderante da comunidade foi efetivo quanto à doações de mudas para serem reproduzidas em dois hortos especificamente criados para a devida multiplicação das mesmas. Os custos nessa empreitada foram quase zero, graças a mão de obra ter sido apenas elaborada pelos funcionários da prefeitura.

AS INTERVENÇOES:
NO CORETO | NOS CANTEIROS | NA BORDA DO LAGO|

Coreto
Implantação de jardineira envolvente ao coreto.
Justificativas.

Conforme já dito, com a reforma da praça, os horizontes centrípetos e circunspectos do passado foram disseminados, permitindo outra visão do espaço, nova imagem mais ampla da praça. Em conseqüência, o coreto centralizado ficara meio perdido e ilhado no espaço e daí, mais diminuto e tíbio na composição paisagística, por carecer de um embasamento visual que lhe permitisse aglutinar e imbricar estabilidade com volumetria. A brancura excessiva do piso de saibro reinante na vasta planura do lugar é cúmplice dessa nova imagem relatada.

Com o propósito de valorizar o seu todo plástico e ressaltar a estrutura artística da cobertura poligonal e beirais, optamos por implantar uma leve e discreta jardineira rasante, de 50 cm de altura por 70 cm de largura, contínua ao seu redor. Essa solução visa aumentar o volume plástico do coreto no contexto, ao permitir certa proporcionalidade e ajuste à bela leveza das abas poligonais do beiral.

NOS CANTEIROS:
Combate à poluição sonora | Instalação de deque | Implantação de monumento escultórico.
Justificativas.

O aumento exagerado da poluição sonora no espaço circundante da praça passou a reinar imediatamente após remoção dos arbustos compactos nos canteiros e dos pórticos volumosos dos ficus topiarios, servidores de barreiras.

Os altos decibéis provenientes dos sons emitidos pelo tráfego de veículos nas vias de entorno eram emanados e lançados às muralhas locais expressas pelas testadas dos sobrados coloniais, grudadas entre si e dispostas em forma de cinturão e que eram refletidos para o interior da praça, com intensidade maior devida a alta flexibilidade dos percursos sonoros, gerando desconforto aos usuários da praça, devido ao alto poder reverberante.

Baseado na física e em busca de uma melhor solução para minimizar o impacto sonoro, decidiu-se por bem, adotar a implantação de morrinhos ondulantes e gramados, em formato dinâmico - parabolóide-hiperbólico - que além de absorver os sons indesejáveis, pudessem dar à praça mais aconchego e paz, visual então inédito que incitasse algo de belo e diferente na paisagem, que contribuísse para contrapor a planura reinante da praça, dando ao espaço ritmos paisagísticos, livrando os usuários do barulho, nos momentos de deleite ao lugar, de forma serena com estímulo à sensação de tranquilidade e prazer.

Esse ineditismo, por sorte, ganhou força e serviu também para estender essa ideia de utilizar morrinhos em algumas praças de Belo Horizonte. No ensejo, por ter sido arquiteto e paisagista, resolveu-se adotar essa proposta em difundir ideias ecológicas na Praça Milton Campos - bairro Cruzeiro- zona sul da capital mineira que, por sinal, ainda vigoram, garbosamente firmes e revitalizadas.

NA BORDA DO LAGO – instalação de deque.

Para ver e sentir mais de perto os peixes e apreciar mais a brisa emanada do repuxo centralizado e estender-se mais para dentro do espelho d’água, adota-se uma plataforma “deque” de madeira ao lado direito do lago, em relação ao coreto. Esse local serviu por bastante tempo, de forma bastante especial, como ponto apropriado para tirar fotos de pessoas e crianças.
Com o perecimento da madeira, através do tempo, esse material não foi reposto.

NO CANTEIRO -Implantação de monumento.
Justificativa.

Para homenagear o político Último de Carvalho, que muito contribuiu para o progresso de Rio Pomba, não só como vereador, mas como deputado federal, a praça hoje tem o seu nome.

Como reconhecimento pelo estímulo e propulsão econômico e cultural da cidade, a população pediu que fosse idealizada a construção do monumento escultórico no recinto dessa área nobre e para isso, mais uma vez, fomos também convidados para elaborar essa tarefa. E com muita satisfação e agradecidos, idealizamos o projeto, levando-se em conta a premissa de fugir do corriqueiro padrão, dos costumeiros e pesados troncos de pirâmide, optamos por explorar formas leves e curvas que integrassem com outras presentes no recinto, buscando sempre interação harmônica entre bosque, relvado e arquitetura, sem agredir o verde intrínseco do lugar.

O PROJETO.
ARQUITETURA PAISAGÍSTICA:

- Três níveis: plantas domínio arbóreo, arbustivo e herbáceo.
O trabalho completo de paisagismo consta de doze grandes folhas ou pranchas; quatro para cada nível. A
mais complexa foi a de domínio herbáceo, em virtude da vasta legenda com nomes científicos das plantas de forração para atender a demanda de cobrir extensas áreas dos canteiros. Na época, havia muita variedade e pouca quantidade de plantas ornamentais para cobrir toda área dos canteiros, daí o recurso foi o de montar um projeto complexo, mais parecendo trabalho de neófito.

DOAÇÃO AO MUSEU HISTÓRICO DE RIO POMBA
Com o propósito de registrar, preservar, divulgar e perpetuar esse episódio aqui descrito a respeito dos fatos acontecidos durante a reforma da praça e, ao mesmo tempo, atendendo a pedidos, vimos por bem, doar ao Museu Histórico de Rio Pomba, uma pasta contendo cópias de doze pranchas do projeto de revitalização da praça; um detalhamento de piso premoldado proposto para área interna, caso viesse a ser pavimentado e um desenho artístico, a mão livre, feito a nanquim, elaborado e assinado por nós, baseado em fotografia aérea da praça, produzida no século passado, apresentada pelo então dirigente municipal e na pessoa do também saudoso Marcos Furtado.

CONVITE
Esse episódio aqui descrito mais detalhado pode ser complementado e visto em um documentário elaborado por nós, existente no YouTube, sob o título de RIO POMBA, MEMÓRIAS DE UMA CIDADE.

quinta-feira, 6 de julho de 2017

Era uma vez...






Era uma vez um lugar.
Descobriu-se que o chefe do partido governante chefiava na verdade uma organização que deseja dominar aquele povo eternamente. Para tanto, usava o poder que tinha para distribuir seus comparsas nos cargos mais importantes do poder executivo, nas empresas estatais, nas autarquias e  no  ministério público, além de indicar, também,  os juízes da suprema corte, a que dá a última palavra sobre como devem acontecer as coisas mais importantes do lugar, o que está certo e o que está errado uma vez que seus integrantes podem fazer a leitura das leis conforme o interesse do momento.

Ele já havia deixado o governo mas, graças aos desvios de dinheiro das estatais e dos cofres públicos, em conluio com meia dúzia de donos das empresas mais ricas do lugar, comprava as eleições com campanhas vultuosas, e comprava também, a maioria das pessoas eleitas para o poder legislativo. Por meio de tal estratégia elegeu uma sucessora que tinha como vice o presidente do maior partido do lugar. Ela, graças às mesmas práticas, conseguiu se reeleger tendo como vice o mesmo aliado de antes.

Um juiz de primeira instância junto com um grupo de procuradores e policiais conseguiram desbaratar a quadrilha através da técnica de delação premiada, na qual uma pessoa presa por evidente delito tem a pena diminuída ao auxiliar nas investigações, contando ao  ministério público como aconteciam os crimes, quais as pessoas envolvidas e como operavam. As comprovações das informações levavam a outras prisões de pessoas que também recorriam à delação premiada para ter suas penas diminuídas.

As descobertas dos crimes acontecidos, divulgados pelas coletivas de imprensa que aconteciam depois de cada etapa de uma determinada Operação, que abarcava todos os crimes relacionados com a maior empresa estatal do lugar, que eram dadas pelas autoridades responsáveis pela execução,  tornou-se  público o conhecimento de que a maior empresa do país fora quase que totalmente "depenada" pela quadrilha que havia tomado conta do lugar. Tais informações eram repercutidas nos veículos de imprensa e  provocaram a indignação do povo, o que conduziu ao impeachment da presidente preposta. Seu lugar foi assumido pelo vice, que de antigo aliado passou a ser visto como um traidor e golpista por todos aqueles que, confortavelmente, viviam à sombra do poder do antigo governo.

As investigações continuavam e levavam às pessoas de foro privilegiado, às que devem ser julgadas somente pela  corte suprema devido aos cargos importantes que ocupam. Nesses casos a acusação é feita pela procuradoria geral do lugar.

Na jurisdição do juiz de primeira instância, graças  às confissões de diversas pessoas, e à evidências que saltam aos olhos de qualquer pessoa de inteligência mediana, chegou-se à conclusão que o chefe do partido que governava o lugar durante mais de uma década, que a mídia apresentava como ”o cara", era o responsável pela grandíssima queda da qualidade de vida da população que chegou a ter mais de uma dezena de milhões de desempregados, enfim, pela grande decadência em todos os aspectos da vida a que o povo do lugar fora conduzido, sendo ele considerado como o "Manda Chuva",  o todo poderoso, a quem todos os condenados nos crimes se reportavam.

Ele já havia perdido o foro privilegiado e, portanto, seu julgamento ocorre na jurisdição do juiz que preside a famosa Operação.  Espera-se a condenação dele por ocultação de patrimônio conseguido por meios de doações de empresas que eram beneficiadas por contratos bilionários feitos com o governo ou empresas a ele ligadas.

Enquanto isso, na  corte superior algo estranhíssimo acontece. A procuradoria geral efetivou um acordo de delação premiada com um homem que enriquecera espetacularmente durante os governos do partido do “cara"; segundo publicações, à custa do banco de fomento do desenvolvimento do lugar que lhe "emprestara" incontáveis milhões para que  comprasse empresas no exterior, onde tal pessoa emprega cerca de duas centenas de milhares de pessoas. Um jornal publicou que a soma das penas pelos crimes a ele atribuídos daria cerca de dois mil anos.

Sem ter ficado nem um dia preso, tal cidadão apresentou ao procurador-geral  uma gravação de áudio da qual se dizia que o presidente  nela endossava a compra do silêncio de um deputado preso; outra em que o senador que havia disputado o cargo com a presidente deposta acertava o recebimento de dinheiro  por meio de familiares; e um vídeo  de um assessor do presidente recebendo uma mala de dinheiro.

Esse acervo de provas, obtidos segundo especulações, graças às instruções dadas por um ex-braço direito do procurador geral que há pouco tempo havia deixado o cargo para trabalhar numa empresa que servia ao tal empresário.

Então, outro frege tomou conta do lugar. Um grupo de empresas de comunicação puxou o cordão do empenho em depor o presidente, a qualquer custo. Mesmo depois da divulgação ter mostrado que no tal áudio o presidente não endossa a compra do silêncio do deputado, como havia sido alardeado.   Durante as muitas horas em que só se  falava do áudio, sem apresentá-lo, os jornalistas desse grupo anunciavam ininterruptamente  que a renúncia do presidente era  evidente. No entanto, o presidente não  renunciou, e ao contrário, sem ter ouvido o tal áudio, disse em rede deTV que exigia a investigação rígida e profunda do acontecido.

Ao invés de se desculpar com o público,  o grupo de empresas de jornalismo que dera a notícia  a qual depois se mostrou falsa, continuava no ativismo para depor o presidente fazendo propaganda política em forma de notícias, divulgando sentimentos e opiniões à guisa de notícias. Nessa empreitada é seguida de maneira notória por um site de notícias emergente que usa as redes sociais como terreno de divulgação, e por uma rádio de notícias, cujos comentaristas mais destacados quase chegam à histeria ao falar do assunto.

Os jornalistas do grupo seguiam publicando com ênfase desmedida todo e qualquer detalhe que pudesse denegrir a imagem do presidente e induzir à sua condenação…
Outros grandes veículos que também publicaram a possível renúncia naquele dia, se retrataram e disseram ao público que após a divulgação do áudio não se podia esperar a renúncia do presidente uma vez que por tal motivo, não havia razão para tanto.

No meio de todo esse imbróglio, e de certa forma responsável por ele, aparecem as cortes de juízes superiores. Uma delas, depois de horas e horas  dissecando e evidenciando os vários crimes cometidos na última campanha presidencial, absolveu a chapa da presidente cassada e seu vice, que hoje ocupa a presidência.   Outra corte, a mais importante, chancelou o acordo ofensivo da procuradoria com o empresário que  praticara a cilada contra o presidente, com base na delação feita naquelas circunstâncias e situação, especialmente se consideramos que a famosa gravação não havia sido submetida à nenhuma perícia.

Com base em tudo isso o congresso do lugar recebeu um pedido da procuradoria geral para mover um processo na corte superior contra o presidente.

Em sua defesa, seus advogados desqualificam, com base nas leis, todo o esquema montado em forma de "pegadinha", na qual um criminoso confesso de muitos crimes se vê livre, leve e solto para usufruir do que lesou a pátria à custa da cabeça do presidente, conseguida de maneira ilegal. Ele que passara a ser  considerado traidor,  e o maior adversário político do seu padrinho, o chefe,  "o cara”, aquele do qual se ouve falar que ele ou seu parente próximo seria sócio do tal empresário no conglomerado de empresas que não existia antes dos governos do partido do "cara”.

Está formada a maior confusão, e o povo do lugar só tem como apoio a própria consciência, uma vez que é constantemente bombardeado por informações distorcidas que tencionam direcionar seu raciocínio.

Quem se considera uma pessoa observadora já pôde detectar algumas importantes considerações. A primeira é que deve se comportar como um verdadeiro Sherlock Holmes e ler o que não está escrito, ouvir o que não querem falar, fazendo links entre um fato e outro e, principalmente, considerando quem fala o quê.  

Depois, deve procurar respostas à pergunta: a quem interessa que o lugar, a sua terra,  esteja em tal situação? Logo agora que as coisas começavam a "entrar  nos eixos", que começava-se a ter um pouco de esperança, e o povo já pensava nas eleições do próximo ano… 

Como um investigador observaria as pessoas envolvidas nas cenas dos crimes, como têm se comportado? Quais são os seus interesses? O quê esperam de um futuro governo para esse lugar encantado?


- O grupo de empresas de Comunicação

A primeira figura que aparece nos últimos fatos que envolvem a chamada Operação, a tentativa de deposição do presidente, é o grupo de veículos de comunicação cujos empregados brigam, choram e lutam com armas lícitas ou traiçoeiras pelo interesse do patrão, que tem horror, que sente calafrios só de pensar na possibilidade de uma pessoa de perfil conservador nos aspectos culturais possa ser eleita presidente nas próximas eleições. 

Toda a sua agenda de promoção do aborto, do casamento gay, e da degeneração da  milenar vida familiar natural da espécie humana poderá sofrer restrições legais... É bem possível que para atrair a atenção do público será preciso apresentar atrações de conteúdo de cultura verdadeira e não apenas doutrinação ideológica em forma de entretenimento e de shows noticiosos. Com certeza se tal acontecer, a grande rede poderá perder o que já considera sua hegemonia. 

Embolar o meio de campo agora abre a possibilidade de emplacar um governo provisório de perfil progressista ou um liberal preocupado apenas em conservar os valores em termos monetários, que deixe rolar solto esse lance de aborto, casamento gay e coisa parecida, chose commme ça.

- O  delator

Depois da figura do presidente  que se mostra acuado e ameaçado, aparece a figura do “delator". O quê não faria para validar toda a sua fortuna abocanhada de maneira que só ele sabe como, uma vez que a soma dos anos anos de prisão por seus crimes daria cerca de dois mil anos… Se ele considera justa a maneira como obteve a riqueza, que pudor teria em armar um armadilha e entregar  a cabeça do presidente e do, aos olhos do povo, o maior inimigo político do "cara”, a quem deve TODA a sua ascensão?  Além de livrar a fortuna, e não pagar pelos crimes, ele ainda prestaria um grande serviço ao seu bondoso padrinho, cuja imagem anda tão suja aos olhos da população, por conta desses malvados procuradores e juiz da Operação. Afinal, seus adversários também são corruptos.
  
- o procurador e o juiz

Em seguida vem o procurador geral e o juiz da corte superior que homologou monocraticamente  o bondoso acordo feito entre a procuradoria e o "importante empresário”  que tanto contribuiu com a Operação ajudando a desmascarar  importantes  bandidos de crimes hediondos.  Uma revista do grupo de apoio à deposição do presidente publicou uma edição cuja capa assegurava que o presidente a ser deposto era o chefe da quadrilha…

Ambos, procurador e juiz, são figuras indicadas  pelo governo do partido do “cara” para ocuparem os cargos em que estão. Há de se convir que comungam dos mesmos ideais ideológicos e veem no cargo muitíssimo mais um instrumento para a futura implantação dos ideais perseguidos, do que o serviço ao povo como é na realidade. 

Eles servem a um povo que deve ser enquadrado nos moldes da ideologia, aqueles que proporcionam conforto para quem comanda a massa. E qualquer um que se interponha entre o partido e a sua posse do poder é um vil e reles inimigo. Tudo o que se fizer para livrar o povo de sua influência, considerada nociva e execrável, é válido. Diante do bem que pode ser feito, a possiblidade da volta ao poder do “cara" e tudo voltar a ser como era antes pelo menos para "os amigos”, justifica atos necessários, que mais tarde serão todos esquecidos. Basta que os novos heróis que depuseram o governo também corrupto, apareçam  na mídia como tal. Viva Maquiavel!

-  os "adversários" que comungam da mesma ideologia

Um grupo que tem aparecido também como parte  interessada na derrubada do governo é formada por parte do partido do senador grampeado pelo “empresário”; o que quase foi foi preso e quase perdeu o mandato. A figura mais brilhante desse partido, no dia da notícia do aval do  presidente  à compra do silêncio do deputado, publicou um texto na rede social  induzindo os que foram pegos no grampo a renunciarem; “Se as alegações de  defesa não forem convincentes, e não basta argumentar são necessárias  evidências, os implicados terão o dever moral de facilitar  a solução, ainda que com gestos de renúncia. O país tem pressa.” O parecer da figura importante foi diversas vezes divulgado no canal de notícias do grande grupo, antes da divulgação do áudio.

Tal comportamento permite elaborar possíveis enredos para a participação de tais pessoas na operação 'derruba governo', principalmente se considerando que tais pessoas desse partido estão intimamente  ligados à mesma ideologia do partido do “cara”, porém, com estilo de atuação mais requintado, bem a gosto das pessoas que se consideram cultas e letradas. 

Durante o governo de tal partido teve início à revolução cultural que tanto tem degenerado os costumes culturais do povo do lugar.  Graças a ele, fundações  estrangeiras estrearam no país patrocinando as políticas pró-aborto e o incentivo à libertinagem,  implementando com a força dos dólares  e o apoio do governo as políticas que desaguaram no “politicamente correto”. 

De maneiras que, um possível governante conservador no aspecto cultural pode causar um grande retrocesso nas políticas  já implementadas, que estão em consonância com grandes líderes mundiais, que também, por sua vez, andam perdendo as eleições nos seus países, onde o povo já votou contra essa mesma doutrina do politicamente correto que tais grupos querem, de toda maneira obrigar o povo do mundo inteiro a aceitar. 

Tal política explica o desincentivo ao amor à Pátria, à descaracterizarão dos costumes e hábitos étnicos  em cada país, o repúdio à religião e à autoridade familiar a que povos de todo o planeta têm sido atingidos, por meio da política hegemônica que pretende passar a régua na humanidade, para que todos fiquem “pianinhos”, mansos, humildes e obedientes a um único governo mundial, que pretende tutelar cada cidadão, induzindo-o a querer o querem que queira, a gostar e aprovar o que querem que aprovem e gostem.  Um mundo sem guerras, sem conflitos. Para os casos mais difíceis, essas pessoas oferecem a opção da liberação das drogas. Assim, tudo se torna paz e amor. Sem orgulho, sem dignidade, mas com muito prazer físico…

Em consonância com tal programa ideológico, o atual ministro das relações  exteriores do lugar, pertencente a esse partido, já providenciou a mudança nas leis, outorgando aos cidadãos estrangeiros praticamente os mesmos direitos dos nascidos no País, e ainda, facilitando a sua invasão por levas de “refugiados”, como tem acontecido nos países da Europa;  para que aconteça a diluição dos costumes e hábitos do povo do lugar por  meio do incentivo ao respeito e à valorização dos costumes dos estrangeiros.

Para defender esse mundo tão confortável, principalmente para quem estiver ligado ao governo mundial, vale tudo, até mesmo entregar um companheiro que, tendo perdido a eleição, pode ser considerado carta fora do baralho, bananeira que já deu cacho… portanto, uma ótima figura  a ser  usada como boi de piranha… Assim, funcionaria como um tipo de álibi, mostrando que o partido fora atingido pelas virtuosas investigações, mas que não compactua com tais feitos. 

Na época do impeachment da presidente deposta, esse partido apoiou veementemente a queda da presidente e prometeu apoio ao novo governo. Porém, as novas medidas adotadas, as próprias mudanças nas leis necessárias para a melhora da economia do lugar, direcionam a uma maior flexibilidade,  dando ao povo o poder de se articular individualmente,  empreender e gozar da delicia que é produzir bens em proveito de muitos; e povo bem articulado, produtor e com autonomia para escolher o que considera bom, não convive bem com a doutrina do politicamente correto.

Daí que, 'antes que o mal cresça, corte-lhe a cabeça'. Vamos logo interromper esse governo, porque se ele continuar, é muito provável que o povo goste e vote numa espécie  de Trump, como aconteceu nos EUA. Podem ter pensado o grande líder  do partido e seus mais próximos.
  
- Os jornalistas

No mundo ideal dos globalistas, os que querem um só governo mundial, esse é o mesmo pensamento  que rege os jornalistas, o  que domina a grande imprensa americana.  A que fez de tudo para Trump não ganhar, e faz faz de tudo para derrubá-lo, nem que seja a poder das chamadas fake news, as noticias mentirosas. 

A formação jornalística mundial é forjada nas ideias de Herbert Marcuse, que na revolução de 1968 na França, fez uma mistura ideológica de Sigmund Freud com Karl Marx com a qual se espera ter banido de vez toda a parte intangível da cultura, toda vida espiritual, a que confere a liberdade de espírito, uma visão bem mais ampla da existência do que aquele que permite captar o nosso efêmero corpo biológico.

O mundo jornalístico foi aprisionado no aspecto biológico do ser humano. Não basta ter banido Deus, é preciso que o resto da humanidade se diga feliz com esse mundo horrendo no qual vivem de fazer a sua propaganda, vendendo a ideia de que seja bom.  Num governo que valorize os aspectos espirituais eles todos seriam grandemente desvalorizados, a não ser que fizessem uma grande revisão de conceitos e readquirissem valores que jogaram fora, dos quais sentem uma enorme falta, mas não querem admitir.

- outra hipótese; a mais sórdida.

Há ainda outra hipótese a ser aventada: a de que todos esses atores, de todas essas versões estejam coniventes entre si. Assim, o procurador geral atuando no episódio da ação contra o presidente, agindo de maneira tão desleixada, apresentando um trabalho que busca semelhança com o desenvolvido pela força tarefa da Operação, a delação premiada, de maneira tão tosca que ofende a inteligência mediana de uma pessoa do povo, induz a pensar que todo o processo de delação premiada acontece dessa maneira. 

Como o procurador geral não consegue provar o envolvimento do presidente naquela única armação esdrúxula, assim também todas as inúmeras evidências, as dezenas de depoimentos a respeito das propriedades ocultadas pelo “cara”, também podem ser rechaçadas, consideradas inválidas. Afinal, quem dá a palavra final é a corte suprema…

Assim, os que sempre foram amigos, continuariam a sê-lo, de forma oculta aos olhos do povo. Conseguem assim salvar da prisão a importante figura do “cara” e juntos, políticos e imprensa poderiam continuar mais tranquilamente a fazer “o diabo” para que o governo do lugar  jamais caia nas mãos de alguém que leve Deus a sério.

Ponderando
Por isso uma pessoa  desse lugar, que  deseja ser sensata e observadora vê o quanto pode ser tão perigoso seguir o caminho da revolta e pedir que todos saiam, que desocupem o poder que pertence ao povo.  O caos, o vácuo do poder é tudo que os "poderosos" querem para se instalar no poder distribuindo conversa mole, e ocupar de novo que o sentem tanto de ter perdido. Falta pouco tempo para as eleições normais, serão no próximo ano. O povo não pode abrir mão de escolher ponderadamente  quem ele quer  que ocupe o poder. Um novo governo provisório só aumentará a confusão,  que é muito propícia para quem vive de engambelar, e enganar, a custa da arte da comunicação. 



Giselle Neves Moreira de Aguiar

Sorocaba, julho de 2017