quinta-feira, 23 de junho de 2016

Acordo Colômbia-Farcs




 A notícia do acordo de paz entre o governo da Colômbia e as Farcs (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) desperta grande apreensão. Apesar de que, vendo o fato superficialmente, tem-se até  a  impressão de que seja uma boa notícia. E seria, caso as Farcs  fosse uma organização legítima,  digna de “negociar” um acordo de paz com  representantes de um Estado,  de um povo digno, que trabalha e cumpre suas leis.

Para quem relaciona a notícia com inúmeras outras sobre o mesmo assunto ao longo dos últimos 50 tantos anos, ela soa como se ouvisse dizer que o governo brasileiro estivesse negociando a paz com os  chefes de facções criminosas como o PCC (Primeiro Comando da Capital) ou o CV (Comando Vermelho). Que estivesse tratando com perigosos bandidos como se fossem pessoas do bem, confiáveis.

Como esquecer as atrocidades praticadas pelas Farc durante tanto tempo?

Como  desconsiderar o fato de que essa organização criminosa se mantém invadindo propriedades rurais e pequenos povoados  aliciando crianças  para se tornarem guerrilheiros, sequestradores, torturadores, produtores e traficantes de drogas? A mesma droga que produz e sustenta tanta dor e sofrimento em pessoas do mundo inteiro, desintegrando pessoas, famílias, comunidades e povos?  Quem não se lembra da candidata à Presidência da Colômbia que ficou  sequestrada na selva, sofrendo privações, humilhações e torturas,  durante mais de seis anos, a Ingrid Betancourt? Como ignorar o fato de que seu martírio, revelado na imprensa mundial, mostrou as condições violentamente degradantes a que são submetidas inúmeras outras pessoas por bandidos que se consideram heróis?

Chama atenção o acordo ser assinado em Havana, lugar onde, nos mesmos últimos 50 anos, a liberdade foi alvo de hediondos crimes em tantas prisões e paredões. Preocupa muito que tenha como  apoiadores, presentes no evento,  os chefes de governo de Cuba, da Venezuela, do Chile e da Noruega. Mas o mais grave  é  o prestígio dado pela presença do secretário-geral da ONU na "cerimônia". 

Que absurdo!  Tal notícia parece o roteiro  de um  filme surreal em que nazistas fazem acordo com com judeus prometendo que não mais farão atrocidades, e que assim sendo, reivindicam poder atuar na vida de Israel como  partido politico, disputando democraticamente  o interesse  dos judeus para sua ideologia “judaicofóbica”. Ou então, que o Estado Islâmico, depois de promessas similares feitas, peça para ser reconhecido como partido político ou religião na França,  prometendo que não farão massacres, apenas manterão os castigos previstos na sua lei para os infiéis…

Aceitar as Farcs como organização legítima seria a mesma coisa. Como fica a memória do sem número de vítimas? E a dor de suas famílias? E a dignidade do povo ultrajada por violência de tal tamanho? Onde está a JUSTIÇA? 

Estamos assistindo a um clássico exemplo de crime sendo compensado. No entanto, tal ideia tem o aval da ONU. Isso quer dizer que daqui há alguns anos haverá flexibilização também para neonazistas e militantes do EI? Podemos confiar nas orientações da ONU e nos padrões de direitos humanos que pretende implantar no planeta?

                                                                                                      Giselle Neves Moreira de Aguiar


As fotos foram tiradas dos seguintes sites:

Oiga Notícias

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Metamorfose digital

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