O sol já bem
a prumo estava de rachar. O celular registrava naquele instante, poucos
minutos para onze e meia. Não estava repleta como nos fins de semana,
mas era possível avistar várias sombrinhas multicoloridas perfeitamente
distribuídas pela orla, abrigando, muitas delas, famílias com suas crianças,
dando vida àquela calmaria. Todas acompanhadas
de agradável brisa misturada a
melodiosos sons do quebrar das ondas.
Ontem, foi
um dia praieiro mais quente e de ventos
fortes. O fluxo de pessoas pela área era maior naquele lugar simples.
Observava-se um leque de tipos de
pessoas de variadas proporções corporais e cada qual com o seu jeito natural de
ser. Casais, adolescentes com suas pranchas, crianças abrindo buracos na areia,
casais de idosos mais cheinhos andando rápido, de mãos dadas, pessoas enfrentando ondas borbulhantes . E
muito vai e vem.
Em dado
momento, um grupo de quatro pessoas bem à vontade foi presenteado por uma leva
inesperada de uma onda rasante que avançou ,invadindo a praia, molhando tudo e
todos que, deitados, não puderam evitar tal fato. A menina, em seguida, exibia
um boné e dinheiro molhados e as roupas de saída de praia ensopadas de
areia tipo farofa. Saíram rápido.
Perto dali,
uma avó ainda jovem com seu netinho chamava atenção. Não pelo
espírito maternal, mas pelo seu revoltante descaso por submeter à criança, sem
a devida proteção, pelo menos por um mero boné, a ficar por três horas diretas
ao sol. Seus pertences limitavam-se apenas a uma sacola e uma toalha estendida.
O agito da criança ao longo das horas converteu-se em fadiga. A tutora, antenada
ao celular, não atendia as súplicas da criança. Revoltada, esta, na busca de
atenção e proteção, lançara uma merecedora leva de areia na avó. Depois de
muito tempo assando, saíram dali.
Hoje, a
bandeira tremulava o anúncio “Dangerous Currents”. À primeira vista, o mar
estava calmo e não apresentava qualquer “dangerosidade” mas, de qualquer forma, o alerta estava à mostra.
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