quarta-feira, 12 de julho de 2017

UM DIA, UMA PRAÇA. A INTERVENÇÃO

UM DIA, UMA PRAÇA
A INTERVENÇÃO
Por Gilson Neves.







Com muito orgulho e satisfação, recebemos, na segunda metade do século passado, um honroso convite feito pelo então prefeito municipal Sr. Paulo de Tarso Furtado, por intermédio de seu filho Marcos Cosentino Furtado, também de saudosa memória, para reordenar e melhorar o verde cênico-paisagístico da principal praça da cidade de Rio Pomba, MG, conhecida como Praça Dr. Último de Carvalho.

Esse fato ocorreu logo após a impactante derrubada de todas as árvores conhecidas como Fícus benjamina, então dominante por toda área da praça, apresentadas em forma de arte topiaria e muito bem cuidadas por anos a fio, como exige o seu rigor na manutenção.

Arte essa oriunda dos famosos jardins de Versalhes, criada pelo famoso arquiteto paisagista André Le Nôtre, no tempo de Luis XIV.

Essa referida derrubada acredita-se que fora fruto daquele mau exemplo impiedoso e alardeado pelo massacre dos saudosos maciços de fícus benjamina da Avenida Afonso Pena, em Belo Horizonte, numa fatídica manhã de vinte de novembro de 1963.

Após o morticínio dos fícus da praça, ficava decretada a extinção por completo de um modelo típico de paisagem - arte topiaria - expressa pelos grandes e belos pórticos destacados em cada uma de suas entradas, retratando figuras geométricas, distribuídas ordenadamente por toda a área.

Um irreversível tipo de trato paisagístico que perdurara por anos a fio, com endosso de plena aceitação da população daquela época.

Após a mutilação, o que se podia conferir era a presença de poucas árvores e arbustos que milagrosamente escaparam da degola. Foram elas, os felícios, as rosas-da-venezuela, as palmeiras imperiais e as bananeiras-de-leque, que até hoje figuram no elenco vergel, como reminiscências de um episódio marcante.

Assim que a consultoria técnica foi contratada para revitalizar a praça, no intuito de adequar as melhores técnicas paisagísticas de recomposição cênica, transeuntes curiosos e com seus olhares intrigantes questionavam com certa margem de pouca compreensão às intervenções que estavam acontecendo ali, imaginando que a destruição da vegetação fora feita por nós. 

Com a nossa lida e acompanhamento habitual, as devidas instruções técnicas de remodelação da praça, muitas pessoas julgaram, erroneamente, sermos então os idealizadores da extinção daquela saudosa “arte topiaria” do lugar. Ledo engano! A praça sempre foi para nós uma referência muito especial e de amplo cunho afetivo. Tanto antes como agora.

Somos vanguardistas, sim! Devemos acompanhar o progresso com altivez. No caso dessa praça, não se argumentou decepar uma obra de arte para atender uma suposta mera vaidade, atitude característica de ego inflado. Sempre pautamos pelo bom senso e lógica em nossos trabalhos.

Então, fica a dupla vantagem dos usuários veteranos que ainda usufruem desse novo espaço de lazer e que, ao mesmo tempo, são capazes de descrever com maestria todo aquele visual nostálgico vivenciado no passado. Difícil aos neófitos entenderem realmente o que de fato aconteceu, ou seja, as metamorfoses ocorridas no espaço e no tempo.

Essa nova repaginada na praça permite, de forma positiva, contar com uma considerável melhoria na iluminação geral e inclusão de oito bancos contínuos, bem distribuídos para suprirem a demanda dos escassos bancos pequenos e desconfortáveis do passado. A supressão de dois canteiros centralizados possibilitou a criação de uma grande área livre, propícia para receber um maior número de usuários em ocasiões de eventos; os bloqueios visuais dos fícus deram lugar uma nova visão multidirecional de visadas, possibilitando melhor apreciação do coreto, da lateral da Igreja da Matriz e dos poucos remanescentes sobrados de entorno da praça.

OS PREPARATIVOS:
Para o novo visual da praça, os preparativos foram executados sem problemas, mesmo diante da negatividade, em termos de recursos financeiros, para tocar toda a obra; todos os quatro canteiros agigantados do lugar receberam a devida adubação orgânica e corrigida a alta acidez do solo; o papel preponderante da comunidade foi efetivo quanto à doações de mudas para serem reproduzidas em dois hortos especificamente criados para a devida multiplicação das mesmas. Os custos nessa empreitada foram quase zero, graças a mão de obra ter sido apenas elaborada pelos funcionários da prefeitura.

AS INTERVENÇOES:
NO CORETO | NOS CANTEIROS | NA BORDA DO LAGO|

Coreto
Implantação de jardineira envolvente ao coreto.
Justificativas.

Conforme já dito, com a reforma da praça, os horizontes centrípetos e circunspectos do passado foram disseminados, permitindo outra visão do espaço, nova imagem mais ampla da praça. Em conseqüência, o coreto centralizado ficara meio perdido e ilhado no espaço e daí, mais diminuto e tíbio na composição paisagística, por carecer de um embasamento visual que lhe permitisse aglutinar e imbricar estabilidade com volumetria. A brancura excessiva do piso de saibro reinante na vasta planura do lugar é cúmplice dessa nova imagem relatada.

Com o propósito de valorizar o seu todo plástico e ressaltar a estrutura artística da cobertura poligonal e beirais, optamos por implantar uma leve e discreta jardineira rasante, de 50 cm de altura por 70 cm de largura, contínua ao seu redor. Essa solução visa aumentar o volume plástico do coreto no contexto, ao permitir certa proporcionalidade e ajuste à bela leveza das abas poligonais do beiral.

NOS CANTEIROS:
Combate à poluição sonora | Instalação de deque | Implantação de monumento escultórico.
Justificativas.

O aumento exagerado da poluição sonora no espaço circundante da praça passou a reinar imediatamente após remoção dos arbustos compactos nos canteiros e dos pórticos volumosos dos ficus topiarios, servidores de barreiras.

Os altos decibéis provenientes dos sons emitidos pelo tráfego de veículos nas vias de entorno eram emanados e lançados às muralhas locais expressas pelas testadas dos sobrados coloniais, grudadas entre si e dispostas em forma de cinturão e que eram refletidos para o interior da praça, com intensidade maior devida a alta flexibilidade dos percursos sonoros, gerando desconforto aos usuários da praça, devido ao alto poder reverberante.

Baseado na física e em busca de uma melhor solução para minimizar o impacto sonoro, decidiu-se por bem, adotar a implantação de morrinhos ondulantes e gramados, em formato dinâmico - parabolóide-hiperbólico - que além de absorver os sons indesejáveis, pudessem dar à praça mais aconchego e paz, visual então inédito que incitasse algo de belo e diferente na paisagem, que contribuísse para contrapor a planura reinante da praça, dando ao espaço ritmos paisagísticos, livrando os usuários do barulho, nos momentos de deleite ao lugar, de forma serena com estímulo à sensação de tranquilidade e prazer.

Esse ineditismo, por sorte, ganhou força e serviu também para estender essa ideia de utilizar morrinhos em algumas praças de Belo Horizonte. No ensejo, por ter sido arquiteto e paisagista, resolveu-se adotar essa proposta em difundir ideias ecológicas na Praça Milton Campos - bairro Cruzeiro- zona sul da capital mineira que, por sinal, ainda vigoram, garbosamente firmes e revitalizadas.

NA BORDA DO LAGO – instalação de deque.

Para ver e sentir mais de perto os peixes e apreciar mais a brisa emanada do repuxo centralizado e estender-se mais para dentro do espelho d’água, adota-se uma plataforma “deque” de madeira ao lado direito do lago, em relação ao coreto. Esse local serviu por bastante tempo, de forma bastante especial, como ponto apropriado para tirar fotos de pessoas e crianças.
Com o perecimento da madeira, através do tempo, esse material não foi reposto.

NO CANTEIRO -Implantação de monumento.
Justificativa.

Para homenagear o político Último de Carvalho, que muito contribuiu para o progresso de Rio Pomba, não só como vereador, mas como deputado federal, a praça hoje tem o seu nome.

Como reconhecimento pelo estímulo e propulsão econômico e cultural da cidade, a população pediu que fosse idealizada a construção do monumento escultórico no recinto dessa área nobre e para isso, mais uma vez, fomos também convidados para elaborar essa tarefa. E com muita satisfação e agradecidos, idealizamos o projeto, levando-se em conta a premissa de fugir do corriqueiro padrão, dos costumeiros e pesados troncos de pirâmide, optamos por explorar formas leves e curvas que integrassem com outras presentes no recinto, buscando sempre interação harmônica entre bosque, relvado e arquitetura, sem agredir o verde intrínseco do lugar.

O PROJETO.
ARQUITETURA PAISAGÍSTICA:

- Três níveis: plantas domínio arbóreo, arbustivo e herbáceo.
O trabalho completo de paisagismo consta de doze grandes folhas ou pranchas; quatro para cada nível. A
mais complexa foi a de domínio herbáceo, em virtude da vasta legenda com nomes científicos das plantas de forração para atender a demanda de cobrir extensas áreas dos canteiros. Na época, havia muita variedade e pouca quantidade de plantas ornamentais para cobrir toda área dos canteiros, daí o recurso foi o de montar um projeto complexo, mais parecendo trabalho de neófito.

DOAÇÃO AO MUSEU HISTÓRICO DE RIO POMBA
Com o propósito de registrar, preservar, divulgar e perpetuar esse episódio aqui descrito a respeito dos fatos acontecidos durante a reforma da praça e, ao mesmo tempo, atendendo a pedidos, vimos por bem, doar ao Museu Histórico de Rio Pomba, uma pasta contendo cópias de doze pranchas do projeto de revitalização da praça; um detalhamento de piso premoldado proposto para área interna, caso viesse a ser pavimentado e um desenho artístico, a mão livre, feito a nanquim, elaborado e assinado por nós, baseado em fotografia aérea da praça, produzida no século passado, apresentada pelo então dirigente municipal e na pessoa do também saudoso Marcos Furtado.

CONVITE
Esse episódio aqui descrito mais detalhado pode ser complementado e visto em um documentário elaborado por nós, existente no YouTube, sob o título de RIO POMBA, MEMÓRIAS DE UMA CIDADE.

quinta-feira, 6 de julho de 2017

Era uma vez...






Era uma vez um lugar.
Descobriu-se que o chefe do partido governante chefiava na verdade uma organização que deseja dominar aquele povo eternamente. Para tanto, usava o poder que tinha para distribuir seus comparsas nos cargos mais importantes do poder executivo, nas empresas estatais, nas autarquias e  no  ministério público, além de indicar, também,  os juízes da suprema corte, a que dá a última palavra sobre como devem acontecer as coisas mais importantes do lugar, o que está certo e o que está errado uma vez que seus integrantes podem fazer a leitura das leis conforme o interesse do momento.

Ele já havia deixado o governo mas, graças aos desvios de dinheiro das estatais e dos cofres públicos, em conluio com meia dúzia de donos das empresas mais ricas do lugar, comprava as eleições com campanhas vultuosas, e comprava também, a maioria das pessoas eleitas para o poder legislativo. Por meio de tal estratégia elegeu uma sucessora que tinha como vice o presidente do maior partido do lugar. Ela, graças às mesmas práticas, conseguiu se reeleger tendo como vice o mesmo aliado de antes.

Um juiz de primeira instância junto com um grupo de procuradores e policiais conseguiram desbaratar a quadrilha através da técnica de delação premiada, na qual uma pessoa presa por evidente delito tem a pena diminuída ao auxiliar nas investigações, contando ao  ministério público como aconteciam os crimes, quais as pessoas envolvidas e como operavam. As comprovações das informações levavam a outras prisões de pessoas que também recorriam à delação premiada para ter suas penas diminuídas.

As descobertas dos crimes acontecidos, divulgados pelas coletivas de imprensa que aconteciam depois de cada etapa de uma determinada Operação, que abarcava todos os crimes relacionados com a maior empresa estatal do lugar, que eram dadas pelas autoridades responsáveis pela execução,  tornou-se  público o conhecimento de que a maior empresa do país fora quase que totalmente "depenada" pela quadrilha que havia tomado conta do lugar. Tais informações eram repercutidas nos veículos de imprensa e  provocaram a indignação do povo, o que conduziu ao impeachment da presidente preposta. Seu lugar foi assumido pelo vice, que de antigo aliado passou a ser visto como um traidor e golpista por todos aqueles que, confortavelmente, viviam à sombra do poder do antigo governo.

As investigações continuavam e levavam às pessoas de foro privilegiado, às que devem ser julgadas somente pela  corte suprema devido aos cargos importantes que ocupam. Nesses casos a acusação é feita pela procuradoria geral do lugar.

Na jurisdição do juiz de primeira instância, graças  às confissões de diversas pessoas, e à evidências que saltam aos olhos de qualquer pessoa de inteligência mediana, chegou-se à conclusão que o chefe do partido que governava o lugar durante mais de uma década, que a mídia apresentava como ”o cara", era o responsável pela grandíssima queda da qualidade de vida da população que chegou a ter mais de uma dezena de milhões de desempregados, enfim, pela grande decadência em todos os aspectos da vida a que o povo do lugar fora conduzido, sendo ele considerado como o "Manda Chuva",  o todo poderoso, a quem todos os condenados nos crimes se reportavam.

Ele já havia perdido o foro privilegiado e, portanto, seu julgamento ocorre na jurisdição do juiz que preside a famosa Operação.  Espera-se a condenação dele por ocultação de patrimônio conseguido por meios de doações de empresas que eram beneficiadas por contratos bilionários feitos com o governo ou empresas a ele ligadas.

Enquanto isso, na  corte superior algo estranhíssimo acontece. A procuradoria geral efetivou um acordo de delação premiada com um homem que enriquecera espetacularmente durante os governos do partido do “cara"; segundo publicações, à custa do banco de fomento do desenvolvimento do lugar que lhe "emprestara" incontáveis milhões para que  comprasse empresas no exterior, onde tal pessoa emprega cerca de duas centenas de milhares de pessoas. Um jornal publicou que a soma das penas pelos crimes a ele atribuídos daria cerca de dois mil anos.

Sem ter ficado nem um dia preso, tal cidadão apresentou ao procurador-geral  uma gravação de áudio da qual se dizia que o presidente  nela endossava a compra do silêncio de um deputado preso; outra em que o senador que havia disputado o cargo com a presidente deposta acertava o recebimento de dinheiro  por meio de familiares; e um vídeo  de um assessor do presidente recebendo uma mala de dinheiro.

Esse acervo de provas, obtidos segundo especulações, graças às instruções dadas por um ex-braço direito do procurador geral que há pouco tempo havia deixado o cargo para trabalhar numa empresa que servia ao tal empresário.

Então, outro frege tomou conta do lugar. Um grupo de empresas de comunicação puxou o cordão do empenho em depor o presidente, a qualquer custo. Mesmo depois da divulgação ter mostrado que no tal áudio o presidente não endossa a compra do silêncio do deputado, como havia sido alardeado.   Durante as muitas horas em que só se  falava do áudio, sem apresentá-lo, os jornalistas desse grupo anunciavam ininterruptamente  que a renúncia do presidente era  evidente. No entanto, o presidente não  renunciou, e ao contrário, sem ter ouvido o tal áudio, disse em rede deTV que exigia a investigação rígida e profunda do acontecido.

Ao invés de se desculpar com o público,  o grupo de empresas de jornalismo que dera a notícia  a qual depois se mostrou falsa, continuava no ativismo para depor o presidente fazendo propaganda política em forma de notícias, divulgando sentimentos e opiniões à guisa de notícias. Nessa empreitada é seguida de maneira notória por um site de notícias emergente que usa as redes sociais como terreno de divulgação, e por uma rádio de notícias, cujos comentaristas mais destacados quase chegam à histeria ao falar do assunto.

Os jornalistas do grupo seguiam publicando com ênfase desmedida todo e qualquer detalhe que pudesse denegrir a imagem do presidente e induzir à sua condenação…
Outros grandes veículos que também publicaram a possível renúncia naquele dia, se retrataram e disseram ao público que após a divulgação do áudio não se podia esperar a renúncia do presidente uma vez que por tal motivo, não havia razão para tanto.

No meio de todo esse imbróglio, e de certa forma responsável por ele, aparecem as cortes de juízes superiores. Uma delas, depois de horas e horas  dissecando e evidenciando os vários crimes cometidos na última campanha presidencial, absolveu a chapa da presidente cassada e seu vice, que hoje ocupa a presidência.   Outra corte, a mais importante, chancelou o acordo ofensivo da procuradoria com o empresário que  praticara a cilada contra o presidente, com base na delação feita naquelas circunstâncias e situação, especialmente se consideramos que a famosa gravação não havia sido submetida à nenhuma perícia.

Com base em tudo isso o congresso do lugar recebeu um pedido da procuradoria geral para mover um processo na corte superior contra o presidente.

Em sua defesa, seus advogados desqualificam, com base nas leis, todo o esquema montado em forma de "pegadinha", na qual um criminoso confesso de muitos crimes se vê livre, leve e solto para usufruir do que lesou a pátria à custa da cabeça do presidente, conseguida de maneira ilegal. Ele que passara a ser  considerado traidor,  e o maior adversário político do seu padrinho, o chefe,  "o cara”, aquele do qual se ouve falar que ele ou seu parente próximo seria sócio do tal empresário no conglomerado de empresas que não existia antes dos governos do partido do "cara”.

Está formada a maior confusão, e o povo do lugar só tem como apoio a própria consciência, uma vez que é constantemente bombardeado por informações distorcidas que tencionam direcionar seu raciocínio.

Quem se considera uma pessoa observadora já pôde detectar algumas importantes considerações. A primeira é que deve se comportar como um verdadeiro Sherlock Holmes e ler o que não está escrito, ouvir o que não querem falar, fazendo links entre um fato e outro e, principalmente, considerando quem fala o quê.  

Depois, deve procurar respostas à pergunta: a quem interessa que o lugar, a sua terra,  esteja em tal situação? Logo agora que as coisas começavam a "entrar  nos eixos", que começava-se a ter um pouco de esperança, e o povo já pensava nas eleições do próximo ano… 

Como um investigador observaria as pessoas envolvidas nas cenas dos crimes, como têm se comportado? Quais são os seus interesses? O quê esperam de um futuro governo para esse lugar encantado?


- O grupo de empresas de Comunicação

A primeira figura que aparece nos últimos fatos que envolvem a chamada Operação, a tentativa de deposição do presidente, é o grupo de veículos de comunicação cujos empregados brigam, choram e lutam com armas lícitas ou traiçoeiras pelo interesse do patrão, que tem horror, que sente calafrios só de pensar na possibilidade de uma pessoa de perfil conservador nos aspectos culturais possa ser eleita presidente nas próximas eleições. 

Toda a sua agenda de promoção do aborto, do casamento gay, e da degeneração da  milenar vida familiar natural da espécie humana poderá sofrer restrições legais... É bem possível que para atrair a atenção do público será preciso apresentar atrações de conteúdo de cultura verdadeira e não apenas doutrinação ideológica em forma de entretenimento e de shows noticiosos. Com certeza se tal acontecer, a grande rede poderá perder o que já considera sua hegemonia. 

Embolar o meio de campo agora abre a possibilidade de emplacar um governo provisório de perfil progressista ou um liberal preocupado apenas em conservar os valores em termos monetários, que deixe rolar solto esse lance de aborto, casamento gay e coisa parecida, chose commme ça.

- O  delator

Depois da figura do presidente  que se mostra acuado e ameaçado, aparece a figura do “delator". O quê não faria para validar toda a sua fortuna abocanhada de maneira que só ele sabe como, uma vez que a soma dos anos anos de prisão por seus crimes daria cerca de dois mil anos… Se ele considera justa a maneira como obteve a riqueza, que pudor teria em armar um armadilha e entregar  a cabeça do presidente e do, aos olhos do povo, o maior inimigo político do "cara”, a quem deve TODA a sua ascensão?  Além de livrar a fortuna, e não pagar pelos crimes, ele ainda prestaria um grande serviço ao seu bondoso padrinho, cuja imagem anda tão suja aos olhos da população, por conta desses malvados procuradores e juiz da Operação. Afinal, seus adversários também são corruptos.
  
- o procurador e o juiz

Em seguida vem o procurador geral e o juiz da corte superior que homologou monocraticamente  o bondoso acordo feito entre a procuradoria e o "importante empresário”  que tanto contribuiu com a Operação ajudando a desmascarar  importantes  bandidos de crimes hediondos.  Uma revista do grupo de apoio à deposição do presidente publicou uma edição cuja capa assegurava que o presidente a ser deposto era o chefe da quadrilha…

Ambos, procurador e juiz, são figuras indicadas  pelo governo do partido do “cara” para ocuparem os cargos em que estão. Há de se convir que comungam dos mesmos ideais ideológicos e veem no cargo muitíssimo mais um instrumento para a futura implantação dos ideais perseguidos, do que o serviço ao povo como é na realidade. 

Eles servem a um povo que deve ser enquadrado nos moldes da ideologia, aqueles que proporcionam conforto para quem comanda a massa. E qualquer um que se interponha entre o partido e a sua posse do poder é um vil e reles inimigo. Tudo o que se fizer para livrar o povo de sua influência, considerada nociva e execrável, é válido. Diante do bem que pode ser feito, a possiblidade da volta ao poder do “cara" e tudo voltar a ser como era antes pelo menos para "os amigos”, justifica atos necessários, que mais tarde serão todos esquecidos. Basta que os novos heróis que depuseram o governo também corrupto, apareçam  na mídia como tal. Viva Maquiavel!

-  os "adversários" que comungam da mesma ideologia

Um grupo que tem aparecido também como parte  interessada na derrubada do governo é formada por parte do partido do senador grampeado pelo “empresário”; o que quase foi foi preso e quase perdeu o mandato. A figura mais brilhante desse partido, no dia da notícia do aval do  presidente  à compra do silêncio do deputado, publicou um texto na rede social  induzindo os que foram pegos no grampo a renunciarem; “Se as alegações de  defesa não forem convincentes, e não basta argumentar são necessárias  evidências, os implicados terão o dever moral de facilitar  a solução, ainda que com gestos de renúncia. O país tem pressa.” O parecer da figura importante foi diversas vezes divulgado no canal de notícias do grande grupo, antes da divulgação do áudio.

Tal comportamento permite elaborar possíveis enredos para a participação de tais pessoas na operação 'derruba governo', principalmente se considerando que tais pessoas desse partido estão intimamente  ligados à mesma ideologia do partido do “cara”, porém, com estilo de atuação mais requintado, bem a gosto das pessoas que se consideram cultas e letradas. 

Durante o governo de tal partido teve início à revolução cultural que tanto tem degenerado os costumes culturais do povo do lugar.  Graças a ele, fundações  estrangeiras estrearam no país patrocinando as políticas pró-aborto e o incentivo à libertinagem,  implementando com a força dos dólares  e o apoio do governo as políticas que desaguaram no “politicamente correto”. 

De maneiras que, um possível governante conservador no aspecto cultural pode causar um grande retrocesso nas políticas  já implementadas, que estão em consonância com grandes líderes mundiais, que também, por sua vez, andam perdendo as eleições nos seus países, onde o povo já votou contra essa mesma doutrina do politicamente correto que tais grupos querem, de toda maneira obrigar o povo do mundo inteiro a aceitar. 

Tal política explica o desincentivo ao amor à Pátria, à descaracterizarão dos costumes e hábitos étnicos  em cada país, o repúdio à religião e à autoridade familiar a que povos de todo o planeta têm sido atingidos, por meio da política hegemônica que pretende passar a régua na humanidade, para que todos fiquem “pianinhos”, mansos, humildes e obedientes a um único governo mundial, que pretende tutelar cada cidadão, induzindo-o a querer o querem que queira, a gostar e aprovar o que querem que aprovem e gostem.  Um mundo sem guerras, sem conflitos. Para os casos mais difíceis, essas pessoas oferecem a opção da liberação das drogas. Assim, tudo se torna paz e amor. Sem orgulho, sem dignidade, mas com muito prazer físico…

Em consonância com tal programa ideológico, o atual ministro das relações  exteriores do lugar, pertencente a esse partido, já providenciou a mudança nas leis, outorgando aos cidadãos estrangeiros praticamente os mesmos direitos dos nascidos no País, e ainda, facilitando a sua invasão por levas de “refugiados”, como tem acontecido nos países da Europa;  para que aconteça a diluição dos costumes e hábitos do povo do lugar por  meio do incentivo ao respeito e à valorização dos costumes dos estrangeiros.

Para defender esse mundo tão confortável, principalmente para quem estiver ligado ao governo mundial, vale tudo, até mesmo entregar um companheiro que, tendo perdido a eleição, pode ser considerado carta fora do baralho, bananeira que já deu cacho… portanto, uma ótima figura  a ser  usada como boi de piranha… Assim, funcionaria como um tipo de álibi, mostrando que o partido fora atingido pelas virtuosas investigações, mas que não compactua com tais feitos. 

Na época do impeachment da presidente deposta, esse partido apoiou veementemente a queda da presidente e prometeu apoio ao novo governo. Porém, as novas medidas adotadas, as próprias mudanças nas leis necessárias para a melhora da economia do lugar, direcionam a uma maior flexibilidade,  dando ao povo o poder de se articular individualmente,  empreender e gozar da delicia que é produzir bens em proveito de muitos; e povo bem articulado, produtor e com autonomia para escolher o que considera bom, não convive bem com a doutrina do politicamente correto.

Daí que, 'antes que o mal cresça, corte-lhe a cabeça'. Vamos logo interromper esse governo, porque se ele continuar, é muito provável que o povo goste e vote numa espécie  de Trump, como aconteceu nos EUA. Podem ter pensado o grande líder  do partido e seus mais próximos.
  
- Os jornalistas

No mundo ideal dos globalistas, os que querem um só governo mundial, esse é o mesmo pensamento  que rege os jornalistas, o  que domina a grande imprensa americana.  A que fez de tudo para Trump não ganhar, e faz faz de tudo para derrubá-lo, nem que seja a poder das chamadas fake news, as noticias mentirosas. 

A formação jornalística mundial é forjada nas ideias de Herbert Marcuse, que na revolução de 1968 na França, fez uma mistura ideológica de Sigmund Freud com Karl Marx com a qual se espera ter banido de vez toda a parte intangível da cultura, toda vida espiritual, a que confere a liberdade de espírito, uma visão bem mais ampla da existência do que aquele que permite captar o nosso efêmero corpo biológico.

O mundo jornalístico foi aprisionado no aspecto biológico do ser humano. Não basta ter banido Deus, é preciso que o resto da humanidade se diga feliz com esse mundo horrendo no qual vivem de fazer a sua propaganda, vendendo a ideia de que seja bom.  Num governo que valorize os aspectos espirituais eles todos seriam grandemente desvalorizados, a não ser que fizessem uma grande revisão de conceitos e readquirissem valores que jogaram fora, dos quais sentem uma enorme falta, mas não querem admitir.

- outra hipótese; a mais sórdida.

Há ainda outra hipótese a ser aventada: a de que todos esses atores, de todas essas versões estejam coniventes entre si. Assim, o procurador geral atuando no episódio da ação contra o presidente, agindo de maneira tão desleixada, apresentando um trabalho que busca semelhança com o desenvolvido pela força tarefa da Operação, a delação premiada, de maneira tão tosca que ofende a inteligência mediana de uma pessoa do povo, induz a pensar que todo o processo de delação premiada acontece dessa maneira. 

Como o procurador geral não consegue provar o envolvimento do presidente naquela única armação esdrúxula, assim também todas as inúmeras evidências, as dezenas de depoimentos a respeito das propriedades ocultadas pelo “cara”, também podem ser rechaçadas, consideradas inválidas. Afinal, quem dá a palavra final é a corte suprema…

Assim, os que sempre foram amigos, continuariam a sê-lo, de forma oculta aos olhos do povo. Conseguem assim salvar da prisão a importante figura do “cara” e juntos, políticos e imprensa poderiam continuar mais tranquilamente a fazer “o diabo” para que o governo do lugar  jamais caia nas mãos de alguém que leve Deus a sério.

Ponderando
Por isso uma pessoa  desse lugar, que  deseja ser sensata e observadora vê o quanto pode ser tão perigoso seguir o caminho da revolta e pedir que todos saiam, que desocupem o poder que pertence ao povo.  O caos, o vácuo do poder é tudo que os "poderosos" querem para se instalar no poder distribuindo conversa mole, e ocupar de novo que o sentem tanto de ter perdido. Falta pouco tempo para as eleições normais, serão no próximo ano. O povo não pode abrir mão de escolher ponderadamente  quem ele quer  que ocupe o poder. Um novo governo provisório só aumentará a confusão,  que é muito propícia para quem vive de engambelar, e enganar, a custa da arte da comunicação. 



Giselle Neves Moreira de Aguiar

Sorocaba, julho de 2017

sábado, 24 de junho de 2017

Quem está contra a Lava Jato?





Está suspensa até próxima semana  a decisão do plenário do Supremo sobre a reitoria do processo contra Michel Temer, se  ela deve continuar, ou não, com o ministro Edson Fachin e se o acordo da PGR com Joesley Batista, homologado por ele, deve ser reaberto e revisto; ou seja,  se o juiz teria o direito de homologar monocraticamente o assombroso acordo de Joelsey Batista com a PGR.

O que a TV mostrou, até aqui, do julgamento em questão, foi outro show, no estilo do apresentado no TSE, no caso da cassação da chapa Dilma-Temer, por excesso de provas: uma infusão verborrágica que conduziu ao que povo considerou uma injustiça.  Só que o enredo agora é bem diverso daquele, quase contrario.

Se no TSE vimos uma briga de torcidas em termos elevados, no STF pôde-se ver, até aqui, uma sessão regida pela "rasgação de seda”, os ministros não poupavam elogios a Fachin e asseguravam que ele deveria continuar na relatoria do processo e, pior, que a homologação do acordo entre Joesley e a PGR deve  ser mantido. Vigora a ideia de que a PGR tem autorização do Estado para realizá-lo. Desfazê-lo agora constitui uma desautorização e pode por em risco os outros acordos já realizados, abriria precedente para que outros também questionassem no tribunal os respectivos acordos em que estivessem envolvidos.

O que esteve fora dos votos e dos debates da corte  foram as condições e os termos do acordo em si. Não se ouviu nada sobre como aconteceu a delação: um tipo de pegadinha, combinada com a PGR, na qual o delator sai gravando as pessoas à traição, induzindo-as a falar coisas que as comprometam, para, mediante tais provas  ser beneficiado na diminuição da sua pena. Foi assim com o ex-senador e ex-presidente da Transpetro, envolvido na Lava Jato, Sérgio Machado, que saiu gravando Romero Jucá, Renan Calheiros e José  Sarney, cujo acordo nessa base foi  homologado pelo então ministro Teori Savascki.

 Sobre tal “forma” de delação, é essa a visão de juristas entrevistados pelo site Consultor Jurídico :

"Conforme disseram advogados consultados pela ConJur, o Supremo hoje entende ser possível a gravação clandestina feita por um interlocutor se ela for usada para defesa própria. Mas não permite a preparação de armadilhas para flagrar um dos interlocutores cometendo um crime. (negrito nosso) Muito menos para forçar o cometimento de um crime, como os criminalistas entendem que pode ter acontecido no caso da gravação de Temer.

“Não vejo problema na gravação em si. Como regra geral, gravar uma conversa sua é perfeitamente lícito”, diz o advogado Pedro Estevam Serrano, professor de Direito Constitucional da PUC de São Paulo. “Outra coisa é armar uma situação para que o outro participante da conversa cometa um crime.” ( negrito nosso)

Serrano chegou a aventar que Temer tivesse cometido o crime de prevaricação, já que foram relatados crimes na conversa e o presidente não os denunciou às autoridades. “Mas foi uma arapuca. Ele [Joesley] criou uma situação incriminante”, afirma. “Não foi uma conversa em que foram relatados crimes do passado. Joesley ligou para Temer, marcou hora e criou uma situação absolutamente constrangedora para o presidente. Forçou o cometimento de um crime por ele. Não se pode induzir ao crime.” "( negrito nosso)


As visões de tais juristas, que correspondem à visão do cidadão comum e honesto, não foi nem ventilada nos votos dos ministros. O foco de todo o debate foi a importância de não se voltar  atrás na homologação  feita pelo juiz do acordo da PGR com o “empresário” que, segundo o “Estadão" cometeu 8 tipos de crimes cujos relatos descrevem 240 condutas ilícitas, sendo 124 casos de corrupção e 96 de lavagem de dinheiro. Somadas as penas a eles relativas, daria um total de cerca de dois mil anos de prisão.

Diante de tal quadro, que imprensa tem tentado camuflar ao longo do último mês, usando a mesa técnica do STF, apenas mudando o foco do fato para as consequências e para detalhes de importância do mesmo, a apreensão toma conta das pessoas regidas pelo sentido de Justiça como ele sempre foi visto antes do vigor da ideologia do politicamente correto no universo da mídia. Fica evidente que em Brasilia acontece um arremedo do que acontece em Curitiba de maneira inaceitável.

Ao contrário do que acontece em Curitiba, onde os envolvidos são presos, ouvidos, e ao tempo certo realizam as devidas delações premiadas, em Brasília elas acontecem em ambiente VIP. O delator combina com a PGR   a entrega de um peixe grande. Recebe as devidas orientações para armar a cilada com qual deve pegar o corrupto da vez. As tratativas são feitas a jato e o delator, criminoso confesso de muitos crimes, pode desfrutar dos seus malfeitos no país estrangeiro para onde, no caso Joesley Batista, transferiu oitenta por cento do seu patrimônio, e onde emprega cerca de 200 mil pessoas.

Visualizemos o futuro baseado no que tem acontecido na PGR e nas supremas cortes do País, com a Procuradoria Geral da República podendo endossar, estimular, e até mesmo ajudar na realização de "pegadinhas“, de arapucas para “enquadrar” quem quer que seja,  e pior ainda, a autoridade máxima, a figura que representa o País e seu povo diante do resto mundo. Quem poderá estar descansado quanto à idoneidade, a lisura e as boas intenções do senhor procurador, uma vez que ele é um ser humano como qualquer um de nós, sujeito às paixões, vaidades, orgulhos e interesses inconfessados?

Com o Supremo Tribunal Federal chancelando um procedimento desse tipo como legítimo, tendo ele servido de base para garantir a vida leve, livre e solta do “empresário” nos EUA,  continuando a gozar do fruto de seus malfeitos, que lesam toda a população do País.

Se somente a concordância de onze pessoas (iguais em direito aos outros milhões ) pode substituir a lei e seu sentido legítimo segundo senso comum, tais pessoas passam a ser superpoderosas, o Supremo torna-se um verdadeiro colegiado de déspotas que expõe o povo a todo tipo atos próprios do fascismo,  uma vez que vigora sempre o entendimento de suas excelências a respeito do interesse do momento.

Que segurança jurídica  podemos ter?  

O que aconteceu no STE, e o que está acontecendo no STF é exatamente a lei e os fatos a elas apresentados sendo usados como pretextos para que o interesse politico das excelências aconteçam em favor da ideologia que os levou ao cargo que ocupam. Servem às ideias e aos interesses de poder dos seus superiores dentro da doutrina, ainda que para isso precisem de ofender profundamente a dignidade do povo, razão de ser e senhor verdadeiro do cargo que ocupam. A situação constituída pelo comportamento apresentado pelos ministros demonstra ao cidadão comum que não interessa às suas excelências o que ele pensa e sente.

 Aqui talvez esteja, também, a explicação para a grande necessidade que os políticos  sentem  da lei do abuso de autoridade. O que vimos acontecer no episódio da pegadinha  feita ao presidente foi a demonstração clara e precisa do que é ficar à mercê dos humores dos juizes do STF. Os frequentadores da alta roda, da corte (aqui no sentido do conjunto das figuras mais importantes do império), de Brasilia sabem dos perigos do seu próprio meio ambiente.

Um enorme fosso separa a corte de Brasilia onde vivem os expoentes dos poderes executivo, legislativo, judiciário e ainda o chamado o quarto poder,  as figuras mais influentes da mídia, cúmplices, registradores e propagandistas das ideias e valores que lá vigoram.

A visão de mundo deles é completamente adversa da visão do povo que quer somente poder viver e trabalhar, construir sua vida segundo os seus valores. Um povo que vibra com atuação da Lava Jato de Curitiba  onde vigoram os valores e  a maneira de trabalho aprovadas pela população.

Por isso mesmo temos visto os agentes das pegadinhas oficializadas se tornarem cada vez mais desacreditados pela população. As noticiais que vêm de  Brasília, tem mais parecido uma novela, ou quem sabe, ela teria se tornado uma cidade fechada, no estilo do programa televisivo Big Brother, em que um grupo de pessoas enlouquecidas  se degladiam numa luta, muito mais para aparecer, para ser notícia, do que propriamente pelo poder.  A vaidade parece ter se tornado a única fonte de alegria deles.

Ao que parece, já perderam a noção do que seja dignidade, justiça, honra… são movidos apenas pela ideia que deve prevalecer momento, a que confirme seu lugar, sua posição e a imagem deles mesmos que a imensa vaidade construiu. Não importa  se  seja verdade ou mentira, basta que vigore uma ideia que lhes permita conforto e bem estar. 

Pode ser que tudo isso não aconteça de tal forma, ou que as circunstâncias os obriguem  a proceder   assim, mas para o povo  o  importante é o que acontece de concreto, e os fatos vistos com seus próprios olhos, e não como são apresentados pela grande mídia.  Tais fatos o levam a ver Brasilia, não mais como a ilha da fantasia, mas algo como uma cidade Big Brother, bem próxima de se tornar uma sucursal do inferno.

Mas, e Lava Jato? Quem deseja acabar com ela? 
O perigo está em  todo o ambiente VIP de Brasilia. É preciso lembrar que a peça de teatro que lá acontece ininterruptamente, é um do tipo daquelas nas quais os mesmos atores desempenham papeis diferentes na mesma apresentação. Num  momento são mocinhos, outro são bandidos. Temos visto como isso tem acontecido!


Cabe a nós apoiar aquele que no momento devido apresenta o comportamento mais próximo do real interesse do povo. Foquemos na realidade, seguindo o raciocínio que rege a Lava Jato de Curitiba, onde se dá "nomes aos bois” segundo a natureza dos fatos, e deixemos os detalhes, sejam escabrosos ou maravilhosos, para quem vive na fantasia do politicamente correto. Se é correto, e bom para  quem vive envolvido  em políticas tão sórdidas e sujas, certamente haverá de ser nocivo para o povo, sua vítima.

De toda maneira, de alguma forma é necessário encontrar algum meio de estancar a justiça que tem sido feita em Brasília como a do caso dos irmãos Batista. Esta é a  forma mais torpe de contaminar, por meio da propaganda fantasiada de notícia que temos recebido da  elite da mídia, a benfazeja Lava Jato de Curitiba. Afinal, o Supremo está sinalizando estar correto o que a PGR fez, e dando a entender que esse comportamento vil é o mesmo que acontece em Curitiba. 

Que Deus, a própria Verdade, nos defenda.

segunda-feira, 29 de maio de 2017

Palpite infeliz


Diante do que temos visto ser publicado, principalmente nos principais veículos de comunicação, a respeito dos últimos acontecimentos na história do Brasil, sentimos que também nós temos o direito  de dar nossos palpites. Afinal, a internet é lugar onde TODOS podem viver a liberdade de pensamento e opinião, até as mais comuns das criaturas, no meio das quais me coloco. As que até há pouco tempo só recebiam passivamente  as notícias  dos veículos mais conceituados e as consideravam uma realidade inalterável. 

O progresso tecnológico tem trazido visões e opiniões dos fatos de todas as nuances, e o acesso à fartura delas por meio da internet expande a nossa própria visão e nos permite, ao colocarmos  uma informação diante da outra, tecer a nossa própria visão, ter nosso próprio palpite, que se torna apenas mais um entre todos os que podem existir no universo democrático do ciberespaço.

Passo agora a tentar ordenar minha visão a respeito do imbróglio do audio gravado com o presidente Temer, deixando claro que não pretendo dizer que corresponda à verdade, mas que, certamente, se  alguém  olhar o ambiente  com um olhar investigador,  considerando os mesmos fatos, poderá chegar à mesma conclusão.

Tomo como base, o vídeo do Youtube que mostra o então presidente do PSDB, conversando com Joesley Batista sobre como o governo Temer “amarela" diante das medidas para frear a Operação Lava Jato. 

A começar com a notícia da gravação do audio da conversa entre o presidente Temer e o empresário Joesley Batista feita tarde da noite no Palácio do Jaburu. Ela foi veiculada na coluna do jornalista Lauro Jardim na edição online do jornal “O Globo”, no cair da noite da quarta-feira, 17/05/2017. Os jornais da noite só falavam na gravação de um áudio no qual o presidente Temer teria dado anuência a Joesley Batista para a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha. Mas o áudio não era divulgado. Só enfatizavam que a renúncia era eminente. 

No dia seguinte, os canais de notícias, especialmente o Globonews, passaram a manhã e parte da tarde com um verdadeiro plantão de vários comentaristas de política que diziam continuamente que a renúncia haveria de acontecer. Especulavam a sucessão como se a renúncia fosse caso concreto, mas nada do áudio ser mostrado e a manchete repetida à exaustão era: "Temer e a compra do silêncio de Cunha”.

Foi enfatizada nas edições dos jornais da tarde da mesma emissora  a postagem no Facebook do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, da qual se destacava as palavras: "Os atingidos por elas (as gravações) têm o dever de se explicar e oferecer à opinião pública suas versões. Se as alegações de defesa não forem convincentes, e não basta argumentar são necessárias evidências, os implicados terão o dever moral de facilitar a solução, ainda que com gestos de renúncia. O país tem pressa.”

Às 15 e pouco da tarde, as redes sociais traziam posts dizendo que o Blog do Noblat, no mesmo site d'O Globo, dava como acontecida a renúncia de Temer.

 Recém havia  começado o noticiário das 16 hora da Globonews, foi interrompido quando mostrava vários comentaristas batendo na mesma tecla: o presidente  faria um pronunciamento à Nação. Com a certeza de ele anunciaria que deixaria, vexado, o cargo, ouvimos, ao contrario, uma pessoa, demonstrando fortaleza e indignação, dizer que, apesar de ainda não ter tido acesso à tal gravação, sabia o que dizia e que nada havia feito que justificasse sua saída. Afirmava que não renunciaria, e exigia a apuração dos fatos nos seu mínimos detalhes. Tão rápida terminou o pronunciamento, a câmera mostrava a mesma expressão constrangimento nos vários comentaristas, que não tiveram tempo para se recompor.

Quase que imediatamente à fala do presidente, o áudio foi divulgado e, para nosso espanto, NÃO aparecia o que  havia sido divulgado com grandíssimo alarde: a anuência do presidente à compra do silêncio do deputado Eduardo Cunha, o que consideravam como o motivo para renúncia de Temer.

Já neste dia 18 tive a clara apreensão de que algo grave tinha sido arquitetado  mas que  seria necessário os fatos acontecendo de acordo com as divulgações das notícias, como que obedecendo a um roteiro, e que no entanto, algo não teria  sucedido como o esperado…

Fiquei esperando o pedido de desculpas das organizações Globo pela “barriga" que é o termo usado em jornalismo quando alguém divulga algo que não corresponda à realidade. Mas não foi isso que aconteceu. Os jornais do grupo “O Globo” passaram dar ênfase no fato do presidente ter recebido um empresário tarde da noite (22horas e poucos minutos), fora da agenda, e que esse seria motivo para impeachment, apesar de serem obrigados a noticiar que o áudio aceito pelo Ministério Público, e  amplamente divulgado, não havia sido periciado pela Polícia Federal. 

As notícias que  vieram em seguida, conduzem para uma narrativa que poderia ter como nome “Palpite Infeliz”, título da música de Noel Rosa,  por  trazer um enredo deprimente, muito mais triste do que o de Noel.

Apesar do presidente não poder ser gravado sem autorização do STF, segundo profissionais da Justiça, tal fato aconteceu, e corremos o risco do STF não considerar  a sua importância e o seu significado significado para o estado democrático de direito. E ainda  que tais  possibilidades não são apresentadas ao público com o necessário relevo pela mídia mainstraem.

Observar a grande imprensa, com destaque para as empresas Globo, fazer proselitismo politico usando as notícias, manuseando as manchetes, dando enfoque em determinado assunto em detrimento de outros que seriam mais importantes para o destino dos fatos que afetam diretamente a vida tantas pessoas, quando induz, por meio da apresentação das notícias, o público a pensar o  que propõem, dá a impressão de que de as empresas de comunicação são adeptas ao bordão do Chacrinha : “Eu não vim para explicar, mas para confundir”.

E como podem confundir! Principalmente quando apenas se surfa nos fatos para que virem notícias. Quando o absurdo de hoje vira coisa natural amanhã. E quando o absurdo de ontem é dado como base para algo terrível que hoje acontece, mas  que é mostrado como até benéfico.

Como temos visto formadores de opiniões perdidos em narrativas de hoje que desdizem tudo o que antes disseram e que foi motivo para tivessem tantos seguidores! Lembro-me do personagem Obelix da revista em quadrinhos dizendo: “esses romanos são loucos”, poderíamos dizer sem medo de errar: esses jornalistas enlouqueceram…

Como podemos sentir segurança jurídica, se a cada hora um membro deu STF vem  a público se posicionar diante de fatos torcendo a Constituição conforme o freguês?

Enquanto isso tudo acontece , ao mesmo tempo,  ouvimos o Presidente do PSDB dizer a Joesley Batista, em palavras chulas, que o presidente Temer “amarela” diante da população e não põe o empenho necessário para brecar a Lava Jato. Que seus mais próximos também.

Considerando que, logo após o acontecido, foi publicado  que a sucessão de Temer está sendo articulada pelos ex-presidentes FHC, Lula e Sarney,  e o pavor demonstrado por Aécio na gravação, podemos avaliar o quanto esses figurões, assim como outros tucanos de gloriosa plumagem e correligionários peemedebistas do presidente estão temerosos. E como seria bom tirar o Temer e colocar outro da turma no lugar. A mudança de governo traria a oportunidade  para abafar a Lava Jato, coisa que esperavam que Temer fizesse, porém, a fala de Aécio traduzindo o sentimento de muitos, dizia que não estava acontecendo a contento.

Considerando a maneira como foi apresentado ao país o grande motivo para o impeachment do presidente, e os fatos que a sucederam, dizer que tudo isso foi uma armação do PSDB, do PT e alguns do PMDB, junto com os Batista, com a importantíssima  participação das Organizações Globo e a conivência ou imperícia do PGR ( Procuradoria Geral da República) que a aceitou  de maneira pueril,  e do Ministro Edson Fachin, que  homologou a delação dos Batista, feita "nas coxas”, segundo a maneira simples de um brasileiro comum ver as coisas…

Quanto a Aécio, seu papel  se encaixa no  de “boi de piranha". Uma expressão relativa aos boiadeiros que, tendo que atravessar, com a boiada, um rio povoado de piranhas,  jogavam uma  rês na água. Enquanto ela era devorada pelo cardume, o resto da boiada passava tranquilamente. Como apesar de ser considerado pelo partido como "carta fora do baralho”, como "bananeira que já deu cacho”, Aécio ainda  é alvo alvo da grande aversão de muitos petistas, seria perfeito ele ser apanhado na mesma rede de Temer. O público veria que a tucanagem também é vítima, perdeu o seu presidente! Jamais poderia estar envolvida em tais interesses…

Se Temer tivesse caído no engodo, e renunciado naquela quinta-feira,  tudo estaria na mais perfeita ordem para todos esses envolvidos. Como não o fez, os políticos mais importantes se comportam como adolescente na disputa da da liderança  da galera, as autoridades do judiciário tentam explicar o inexplicável e o jornalistas se desdobram em esquecer o que disseram ontem para dar hoje a versão dos fatos que seja mais interessante aos interesses de sabe-se lá quem. 

Enquanto isso, o brasileiro comum só observa. Vê que as práticas de terrorismo hoje são muito mais sofisticadas. Mas, como povo bom e inteligente, vai dando corda para quem queira engolir. Na hora H ele dará a resposta a quem, seja por ignorância ou por má fé, pensa que pode fazê-lo acreditar nas inúmeras mentiras que têm  lhe contado…

Giselle Neves Moreira de Aguiar





terça-feira, 9 de maio de 2017

Revitalizando a alma sorocabana

 No último dia seis, dezenas  de pessoas se reuniram no Centro de Assistência Social do Mosteiro de São Bento para ouvir uma agradabilíssima palestra feita pelo pesquisador José Rubens Incao, diretor da Biblioteca Infantil de Sorocaba, sobre o  Mosteiro  e sua importância para Sorocaba desde os primeiros momentos de sua vida. Ela faz parte de um ciclo de três palestras sobre o tema. As duas próximas ocorrerão uma no dia 13, com o tema: "Restauro das peças do complexo do Mosteiro de São Bento"", pelos restauradores Katia Regina Magri e Sidney José Fisher, e a outra no dia 20, com tema “A restauração da Igreja de Sant’Ana e do Mosteiro de São Bento e as leis de incentivo, que será feita pelo produtor cultural e responsável pelo projeto Lúcio Roberto Martini. 



Uma agradável manhã.
A criança adormecida em cada componente da plateia foi suavemente acordada pela história contada pelo senhor José Rubens, que  fazia questão de evidenciar que era seu costume falar como contador de histórias, e sempre no legítimo "idioma sorocabano”. Com a natural autoridade  que lhe dá o nascimento, e o tempo vivido, passava, com muito bom humor,  de uma auto-gozação a uma auto-louvação  ao  relatar os fatos que marcaram os primeiros anos da Terra Rasgada. 

 Foi uma hora mágica, de convívio com Baltazar Fernandes, Frei Baraúna e outros que dão nomes a ruas e praças da cidade. Ela serviu para despertar a dor e a delícia da genuína identidade sorocabana. Os detalhes que fazem os fatos importantes, deram vida a cada componente do que constitui o mosteiro, que compreende o monastério e especialmente a Igreja de Santana. 

Na sequência, uma visita à Igreja, no estado em que se encontra, trouxe à tona sentimentos e descobertas de tesouros que, há séculos, pertencem a TODOS, os que são capazes de dar importância ao fato de ter nascido aqui, física, profissionalmente, ou por qualquer outro motivo que alguém possa ter sido “plantado”aqui. Ser proprietário de riqueza é sempre uma grande descoberta, mais ainda se for uma riqueza  com grande lastro intangível, daqueles que, ainda que o ladrão roube a parte física dela, não poderá  tirar o seu significado da memória de quem se importa. Ainda que que seja em forma de dor.

Atualmente, os trabalhos de restauração têm acontecido graças ao patrocínio da empresa sorocabana Flex, usando os recursos de incentivos do PROAC (Programa de Ação Cultura), que permite uma empresa direcionar parte do ICMS a projetos devidamente aprovados pela Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo; sob a coordenação do produtor cultural Lúcio Martini, da responsabilidade técnica do engenheiro Lerroy Gabrielli, e da direção de Dom Rocco, monge beneditino, com o apoio da Associação Amigos de São Bento.


Quem cultiva amor a esta cidade precisa participar das outras duas palestras. Além de receber preciosas informações, terá a oportunidade de conviver com pessoas de espírito elevado que  comungam da mesma preocupação em preservar, proteger e incentivar o que há de melhor na cultura sorocabana. O encontro promove a agradável sensação de não estar sozinho, e que da união de muitos talentos de seus filhos Sorocaba pode produzir algo grandioso, feito por esta geração, tem total harmonia com tantas pessoas que construíram esta cidade ao longo de quase quatro séculos.

Revitalizando a alma, e o que nela há melhor, Sorocaba produzirá, com mais intensidade, o progresso no real sentido do termo.

sábado, 8 de abril de 2017

Merchandising nas notícias.


Guerra na Síria.
O uso de gases como arma química é inaceitável e revoltante para qualquer ser  humano,  porque sabe que depende de um corpo biológico tão suscetível, e tão frágil, para viver. Atacou a um, assim covardemente, atacou a todos.

 No caso ocorrido recentemente, os principais veículos de comunicação atribuem ao chefe do governo da Síria, Bachar al-Assad,  a responsabilidade  por tal ato, embora, lá no finzinho de alguma reportagem, ou matéria opinativa, digam que o governo Assad nega veementemente a autoria do ataque; e as citações que fazem de estudos que a "os confirmam", digam “que o Estado Islâmico também recorreu a produtos tóxicos em uma ocasião" (Conforme, por exemplo, a reportagem d'O Estado de São Paulo’ na página A10 do dia 08/04/17). Confundem, mais do que informam.

Na internet dispomos de análises que  mostram pareceres de diversos órgãos e pessoas conforme seus interesses no caso Síria. Portanto, o cidadão comum não pode mais se dar ao luxo de ser um consumidor de informações desse ou daquele veículo. Não pode mais, simplesmente,  abrir um jornal como fazia antigamente, acessar um site de notícias ou assistir a uma noticiário na TV  e acreditar que tais informações sejam verdadeiras, da maneira como são ditas. Não basta mais saber as notícias, é preciso saber quem as conta. 

Saber quem dá a notícia é importante, e não é tão difícil como parece ser, basta chacoalhar as antenas da percepção e gastar um pouco mais de tempo para observar. Com algum tempo de tal exercício já se sabe quem é cada fulano ou fulana que opina e/ou analisa, qual é a sua praia, o quê curte e o quê defende. Fazendo conexões entre as várias formas de apresentação dos fatos podemos filtrar o que é verdade e  separá-la do que é propaganda, incluída por meios sofisticados de merchandising para vender ideologias financiadas por capitais poderosíssimos. Ou mesmo do próprio desespero de  determinado  veículo tentando chamar atenção,  e ganhar números altos dos institutos  de estatística.  Para isso procuram temas e manchetes cada vez mais escandalosos. Querem "ibope", sucesso, mais do que informar, sua real obrigação.

Importa observar que o consumidor de notícias está cada vez mais exigente, que o tempo de tietagem já passou. Ele percebe que coerência e raciocínio lógico agora são fundamentais para escapar de uma violência terrível, que faz com que a asfixia pelo gás sarin seja apenas um efeito colateral: a veiculação de noticias tendenciosas, tão distorcidas pelo alto teor de propaganda que carregam em cada palavra, em cada termo usado,  em cada maneira  como  são dadas que induzem quem as recebe a pensar o quê querem que pense. Essa arma é mais letal e mais covarde que o gás sarin ou outra arma química qualquer, ela degrada a  dignidade humana por meio de sua boa fé.  
Giselle Neves Moreira de Aguiar