segunda-feira, 11 de março de 2019

Liberais e Conservadores


Desde as primeiras manifestações pelo impeachment da então presidente Dilma, lutavam lado a lado segmentos de diferentes concepções políticas. Todos os que estavam indignados com a corrupção generalizada que acontecia em quase todos os aspectos da vida  administrativa, política e social do País se uniram em defesa da ordem e lisura na coisa pública.

A campanha presidencial trouxe candidatos ligados a interesses e valores que cada segmento político defendia; destacamos os liberais e os liberais conservadores.

Os liberais são os defensores da liberdade plena dos cidadãos em todas as áreas da vida, mas o foco dos seus interesses está na livre iniciativa comercial, nos aspectos econômicos. Desejam, e lutam, pelo direito de que cada cidadão/ã seja livre para empreender o negócio que julgar bom e conveniente, que o relacionamento entre as partes negociantes sejam o menos regulamentada possível, inclusive o relacionamento entre empregados e patrões.

Enfim, que o Estado seja limitado a cuidar da infraestrutura necessária para que todos possam livremente viver, se manifestar e expandir suas capacidades de produzir o bem em benefício de todos.

Os chamados conservadores, defendem esses mesmos interesses para a vida profissional e produtiva, mas consideram que seja ainda mais  valioso e importante defender e preservar o direito de cada cidadão ter  sua vida regida pelos valores de sua crença religiosa. Nesse caso, defendem o direito de criar os filhos e ter sua vida familiar regida por seus próprios valores. 

No Brasil, segundo o último censo do IBGE, 86,8 % do povo se diz cristão. E foi esse imenso contigente que determinou a vitória do presidente Bolsonaro no último pleito.

Os liberais apoiaram o candidato Bolsonaro no último instante da peleja, somente quando a possibilidade de emplacar seu candidato se tornou nula, ainda que alguns o tenham apoiado pela confiança no então futuro ministro da Economia, Paulo Guedes.

O que se pode observar, após a posse do presidente, é que alguns liberais sentiram seus egos inflarem diante da falta de arrogância de  ministros escolhidos pelo presidente, especialmente para as pastas da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos,  da Educação e das Relações Exteriores, apesar da vastidão da capacidade deles no quesito conhecimento e cultura. Parecem considerar que levar Deus e os valores da Pátria em primeiro lugar seja sinal de pequenez e incapacidade 

Assim, segundo o que foi publicado, articularam para tornar o Ministro da Educação uma figura inócua, e seus subordinados seriam as pessoas que imporiam efetivamente as normas da  educação no Brasil e, junto com elas, valores muito diferentes daqueles pelos quais o povo votou em Bolsonaro.

Por debaixo do pano, tencionavam impor, no plano educacional do Brasil, camuflado pela bandeira da liberdade,  a Agenda 2030 da ONU, onde estão contidos, a ideologia de gênero, a liberação do aborto e o feminismo. 

Tal fato nos leva a concluir que a liberdade que propõem não é lá tão ampla assim, uma vez que, sendo seu plano sendo vitorioso, excluiria, ainda que disfarçada e lentamente,  a liberdade dos pais de família escolherem a formação que desejam dar a seus filhos, não importando que fossem 86,8% da população, a imensa maioria democrática.

Graças a Deus, esse plano foi desarticulado. Esperamos que os liberais sejam cada vez mais parceiros importantes do governo no terreno da Economia, onde são exímios operadores e, quanto à parte cultural, que sejam ainda mais liberais, respeitando o foro íntimo de cada cidadão/ã.

O Brasil precisa de todos. Que o respeito à maioria democrática seja algo natural e corriqueiro, como convém a um povo verdadeiramente evoluído que sabe, muito bem, escolher suas preferências.

Giselle Neves Moreira de Aguiar


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