domingo, 28 de janeiro de 2018

"The Post - A Guerra Secreta -" resenha


O filme "The Post - A Guerra Secreta -" dirigido  Steven Spielberg e estrelado por Meryl Streep e Tom Hanks, proporciona uma agradável sensação de esperança.  No mínimo permite que vejamos qual o espírito que deve mover a atividade jornalística, e de onde vem a fama que ela tem de ser o quarto poder de uma nação.

Versa sobre um detalhado estudo do Pentágono concluindo que soldados americanos morriam na guerra do Vietnã para defender a imagem do governo americano em desvantagem na guerra, enquanto era divulgado o enfoque na ajuda ao povo do lugar e ao combate  ao comunismo. Esse conteúdo estava sendo publicado pelo  jornal "The New York Times”, mas este recebera uma intimação do governo para parar imediatamente a publicação, porque se tratava de documentos secretos do governo cuja divulgação comprometia a segurança nacional.

Quase tudo acontece no cenário do jornal concorrente, "The Washington Post", mostrando os impasses, as barreiras e as dificuldades de vários matizes enfrentadas pelos dirigentes da empresa jornalística. Deveriam, ou não, publicar o conteúdo do estudo? Quais seriam as implicações de publicar? E as de não publicar? De um lado, jornalistas lutando pela liberdade de imprensa mas com grande consciência da consequências das sua implicações, de outro, um advogado zeloso, um executivo preocupado com a reação do investidores e pessoas ligadas ao governo prevendo os maiores desastres caso a publicação se consumasse.

Chama a atenção as posições de cada personagem. Cada uma defendendo com veemência suas observações, mas tendo em vista o bem comum: da empresa, da qual todos dependiam, o  trabalho de jornalismo em si, mas sobretudo, o bem do povo americano.  O que seria melhor para o povo? Que os segredos de Estado (ou do governo e seus agentes?) fossem guardados ou que todos soubessem o que estava acontecendo? É lindo ver os vencidos batalharem pela ideia vitoriosa  no grupo.

A obra de Spielberg traz algo que precisa ser resgatado: o espírito com que é feito o verdadeiro jornalismo, que consiste na apresentação de fatos, e na discussão de suas consequências e não apenas de narrativas deles. Estas, muitas vezes distorcidas por ideologias que tem feito, hoje,  de  grande número de profissionais do jornalismo verdadeiros escravos mentais de correntes ideológicas. 

Tais jornalistas vez façam dos personagens retratados no filme seus modelos, mas vendo-os  de maneira distorcida, filtrando apenas a parte conveniente, ou seja: o poder da imprensa em relação a governos. Mas esquecem-se de que o poder da imprensa mostrado no filme vem de uma frase dita na fita: “O jornalismo existe para servir aos governados, e não aos governos.” É preciso, constantemente, considerar o que pensa e deseja a maioria dos governados, e não tentar formatar suas mentes e corações aos desejos do guru da vez. O povo sabe muito bem quem está contra e quem está a seu favor. A voz do povo é a voz de Deus!

O filme, em cartaz, encanta por elevar os espíritos, mentes e corações a um patamar mais alto da dignidade humana. Salas cheias. Com toda razão.

Assista ao trailer legendado:






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