domingo, 22 de novembro de 2015

Demônios na Utopia

      



  "Demônios são criaturas angélicas, seres altamente evoluídos em relação aos humanos. Não são dotados de corpo biológico, são apenas espíritos que não sofrem dores físicas, não são possíveis de serem mortos e não sofrem nenhum limite imposto pelo corpo físico. Não gastam nenhuma energia para se locomoverem e nem têm sua inteligência ofuscada pelas impressões dos órgãos biológicos e dos sentidos humanos.

São criaturas de Deus, mas usaram de seu livre arbítrio para prestarem culto a si mesmos, escolheram fazer a própria vontade, prestar atenção aos seus atributos e às suas prerrogativas; preferiram se sentirem importantes. Então, afastaram-se de Deus porque, na proximidade dele nenhuma criatura pode se considerar grande ou importante, muito menos superior a qualquer outro ser que tenha o adjetivo de criatura.

Assim que resolveram se afastar de Deus começou um tempo novo. Uma forma de raciocínio diferente que não levava em conta mais os fatos e a Verdade. Levava em conta somente as possibilidades. O que poderia ser se não fosse daquela maneira. Criaram então um mundo paralelo, fictício, no qual toda a Verdade era apenas um estorvo a ser contornado por meio de exercícios de raciocínio que tornavam a consciência elástica, ou seja, a consciência não reagia mais naturalmente diante de uma mentira conforme antes.

É imprescindível que este mundo paralelo subsista longe de tudo o que se relaciona com Deus. Porque Ele é a Verdade e diante da Verdade nenhuma mentira pode subsistir.

Tudo o que é bom, agradável, satisfatório, razoável e salutar às criaturas vêm da fonte que é o próprio criador. Assim sendo, esse mundo paralelo criado pelos demônios é desprovido da própria fonte da vida. Resta-lhes então subsistir por meio de autofagia ou do canibalismo emocional, ou seja, extraem seus meios de manutenção de vida destruindo a si mesmos ou uns aos outros.  Os seres humanos guiados pelos demônios vivem da satisfação dos sentidos ou dos prazeres do emocional, que são obtidos por meio da consumição do próprio organismo por meio de drogas e/ou mau uso dos mesmos, ou dos organismos de outros seres que são usados, sugados e consumidos para dar satisfação a outra pessoa.

Os demônios são desprovidos de corpos biológicos, não precisam da energia física para existir. Mas como seus seres constituem apenas uma inteligência em estado de ócio, são altamente ansiosos, são altamente insatisfeitos. São grandíssimos devoradores de prazeres para camuflar um pouco a falta que sentem de Deus. Eles vivem dos prazeres que extraem assistindo a consumição dos seres humanos que se encontram desprotegidos da presença divina. Vivem do caos que conseguem obter semeando a mentira, insuflando vaidades, construindo armadilhas para pegar os incautos humanos, tão frágeis, tão maleáveis, tão suscetíveis aos prazeres do corpo e à carícia do ego. Sua pobre inteligência é passível de ser manipulada muito facilmente, principalmente se lhes for insinuado que agem a partir dela própria. A partir daí a egolatria faz a festa. A festa dos demônios à custa das vidas humanas. Porque da consumição dos humanos vivem os demônios.

Num mundo caótico, um demônio vive muito bem! Não fica evidenciada a sua dor, a sua carência, pior, a certeza de que por toda a eternidade sua vida será um inferno de carência: de afeto de amor! Num mundo caótico a sua condição de miserável estará camuflada, ninguém saberia o que é o amor verdadeiro. É muito fácil para um demônio torcer as palavras para que pensem que prazer é amor. Assim as pessoas buscando apenas o prazer pensariam estar buscando o amor, encontrando assim infinitas maneiras de se autodestruírem e se destruírem uns aos outros, dando assim origem e manutenção ao inferno, o mundo dos demônios.

Por isso, ao “tirar Deus da vida dos seres humanos”, os materialistas estão sendo manipulados pelos demônios, que fazem qualquer coisa pra tirar a Verdade e o Amor da vida deles. A Verdade e o Amor constituem o próprio Deus. Não se pode dizer que Verdade e amor são atributos de Deus. Deus é a própria Verdade. Deus é próprio Amor. Não existe, nem nunca poderá existir verdade sem Deus e nem Amor sem Deus.

Na presença de Deus todas as nuances da Verdade são explícitas. Ninguém pode ser enganado, a menos que negue voluntariamente Deus, como quem apaga a luz. Deus é a perfeição em si, portanto respeita profundamente suas criaturas a quem conferiu livre arbítrio, jamais impõe a sua presença.

Na presença de Deus ninguém aceitaria a proposta de um mundo sem Deus idealizada pelos dos materialistas. Então, o estratagema usado por eles seria o quê, por meio da autoridade dos que falam em nome de Deus, ir paulatinamente diminuindo o seu valor aos olhos das pessoas, o trocando por causas nobres, como a igualdade social, redução da pobreza, defesa do meio ambiente;  movidas por pessoas cada vez mais divinizadas.  Até que, seus egos bem insuflados pelas lutas propostas pelas novas ideias, pudessem se equiparar a um Deus que vai, pouco a pouco se tornando cada vez mais absurdo e ridículo num mundo cada vez mais caotizado no qual Deus passou a ser mais um item que pode ou não ser levado em consideração.

Sabe-se que os regimes que tentam impor o marxismo não vigoram por muito tempo. Somente o tempo em pode ser imposto pela força, pela violência. Quando a força é suprimida, o que vigora no que resta do ambiente em que Deus foi banido é o hedonismo, que graça nos regimes capitalistas: o mundo movido a prazer.

Os políticos querem ascender os pobres ao mundo do prazer. Compra-lhes a afeição e a sensatez com medidas populistas imediatistas. Uma vez assimilada pela nova doutrina, a pessoa “deleta” de seu universo pouco a pouco o sentido de palavras como honra e dignidade . Não existe mais para ela a vida interior, a vida espiritual. Só importa para ela ser aceita no mundo que a assimilou, no qual tudo o que dá prazer é lícito. Mesmo que seja só para determinado indivíduo. O “outro” só existe enquanto provedor do prazer individual. Mundo movido a interesses particulares. Só o que importa é o bem estar físico e emocional.  O mundo da autodestruição. Que subsiste do consumo da criação de Deus. O que será feito do planeta onde habita seres viciados em prazer obtido pelo consumo?

A consequência da “pregação da partilha dos bens” entre as pessoas produz o efeito totalmente contrário. Ninguém se sente em condições de doar, todos são carentes, todos querem receber, cada vez mais. Todos se tornam especialistas em defender os seus direitos. Todos estão prontos para acusar “o outro” por todos os males.

Para onde caminha o mundo que baniu o seu criador e provedor? Para o próprio inferno.


Por isso, é tão importante para os demônios afastar Deus das pessoas.  Segundo os seus interesses não deve, para os seres humanos, haver vida espiritual. Se houver, suas inteligências, também famintas, acharão um jeito de redescobrir Deus. E, se os humanos usando de suas poucas prerrogativas encontrarem Deus será o fim da festa dos demônios. Toda a ordem se restabelecerá.  Por isso tem sido estabelecido que os demônios sejam fantasias criadas pelos ignorantes fundamentalistas que “precisam” de um Deus. O segredo da existência dos demônios é razão do seu sucesso.
                                                                
Parte do livro Utopia sob Incursão, de Giselle Aguiar

Nenhum comentário:

Postar um comentário